quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Zelo - Estudo

Zelo de Deus
Leitura: Números 25. 7-13

Introdução.
O presente estudo tem como objetivo trazer ao nosso coração um atributo que Deus possui: O Zelo.
Zelo: Cuidados direcionados a qualquer pessoa ou coisa. Desvelo. Empenho extraordinário na execução dos deveres, das obrigações. Afeição ardente por alguém ou por alguma coisa. Cuidado, afeição.
Zeloso: Cuidadoso, pontual, diligente.
O oposto de zelo é desleixo, negligência.
Negligência tem como significado: falta de cuidado, de aplicação, de exatidão, de interesse, de atenção, descuido, displicência, preguiça.
Deus é um Deus zeloso: Êxodo 34:14 - Porque não te inclinarás diante de outro deus; pois o nome do SENHOR é Zeloso; é um Deus zeloso.
Diante disso, podemos concluir que Deus espera do seu povo atitudes que comprovem que somos zelosos pelo seu Reino. Veremos a seguir, pessoas que mostraram zelo quanto às coisas de Deus e foram lembrados nas Escrituras Sagradas. Primeiro, ao texto:

Israel em Sitim.

Sitim foi a última parada dos israelitas antes de entrarem na Terra prometida. A vitória prometida por Deus estava próxima. A Terra que manava leite e mel estava prestes a ser conhecida e habitada pelo povo de Deus.
Onde deveria haver prudência, dedicação, consagração e atenção, houve um total descaso e descuido da parte dos israelitas. A história narra que as mulheres daquele local seduziram o povo de Israel a se prostituirem. As moabitas eram descendência de Ló, nascidas do incesto da primogênita. Uma nação pagã e inimiga de Deus.
A história narra que a nação israelita se prostitui com elas. Aqui vemos que houve total desleixo, total relaxamento e falta de zelo em observar as leis de Deus que proibia o envolvimento com essas mulheres.
Não bastando o contato, eles foram convidados a prestar culto a Baal. Divindade do povo pagão. Além de participarem dos sacrifícios ainda se curvaram perante a Baal.
Como poderia Deus não se irar com tal atitude que demonstra total negligência? Seria Deus injusto em ter se irado? Jamais. Deus é um Deus zeloso, que visita a nossa iniquidade. Cabe a nós como povo santo manter o zelo pelo Senhor, ou haveremos de experimentar sua ira com justiça.
Não espere que Deus compartilhe ou aprove nossa negligência, jamais.

A ira do Senhor.

Assim que Israel comete tal ato, o zelo de Deus é manifestado ao coração de Moisés. Para que a ira de Deus se aplacasse, seria necessário a morte à luz do dia dos cabeças das tribos. E assim foi feito. Moisés ordena aos juízes de Israel que cada um matasse seu homem que havia se ajuntado a Baal, afim de que ira de Deus se desviasse deles.
Vendo a matança, surge um israelita trazendo uma midianita perante seus irmãos à vista de Moisés e de toda congregação chorando.
A atitude desse homem é promover um sentimentalismo no coração de Moisés e dos homens afim de que a congregação sinta pena e deixe de executar a ordem de Deus dada a Moisés, no entanto, algo irá acontecer.

Finéias, o zeloso.

De repente em meio aquela cena, surge um homem chamado Finéias, filho de sacerdote. O mesmo levanta-se, toma uma lança e vai ao encontro do israelita com a midianita e atravessa a ambos com a sua lança. Neste exato momento, a ira de Deus se desvia, e tudo se acalma.
Vinte e quatro mil mortos naquele dia. O pecado de Israel trouxe trágicas consequências. O desleixo do povo, trouxe uma mancha de sangue na história de Israel.
No entanto, a atitude de Finéias foi louvada pelo Senhor.
Assim disse o Senhor acerca de Finéias: Números 25:11 - Finéias, filho de Eleazar, o filho de Arão, sacerdote, desviou a minha ira de sobre os filhos de Israel, pois foi zeloso com o meu zelo no meio deles; de modo que, no meu zelo, não consumi os filhos de Israel. Números 25:13 - E ele, e a sua descendência depois dele, terá a aliança do sacerdócio perpétuo, porquanto teve zelo pelo seu Deus, e fez expiação pelos filhos de Israel.
O ato louvável de Finéias fez toda a diferença.
Essa é a condição que Deus espera de cada um de nós diante da situação que temos enfrentado a cada dia.
A igreja se ajuntou com o mundo, tem se prostituído com suas ideologias, com seus pensamentos imorais, com suas leis contrárias aos mandamentos do Senhor.
Onde estão os Finéas de hoje? Onde estão aqueles que se levantarão com a espada do Espírito em mãos para guerrear contra os falsos mestres?
Eis que Deus se lembrará de nosso zelo.

O zelo de Davi manifestado em Cristo.

Nos Salmos 69, que tipifica os sofrimentos do Messias, no verso 9 temos revelado o sentimento de zelo que consumia o interior de Davi: Salmos 69:9 - Pois o zelo da tua casa me devorou, e as afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim.
Davi era um homem zeloso pelas coisas do Senhor, embora tivesse sido negligente quanto à sua vida pessoal.
No evangelho de João capitulo 2, temos o Nosso Mestre se aproximando do Templo, e quando se depara com a situação da casa do Pai, o zelo que possuía pela casa de oração fez com que Ele preparasse um chicote e entrasse no templo colocando a casa em ordem.
No momento em que Jesus está agindo, o coração dos discípulos é levado aos Salmos 69, e eles disseram: João 2:17 - E os seus discípulos lembraram-se do que está escrito: O zelo da tua casa me devorará.
Talvez eles possam ter pensado: Precisa agir sim? Será que Ele não está exagerando? Não precisava ser desse jeito, afinal, eles não estão fazendo nada de mais...
Porém, o zelo de Cristo, é comparado com o zelo de Finéias.
Assim como o Pai testificava do Filho. Deus testificou de Finéias.
Para que o coração dos discípulos não ficassem com dúvidas, Deus lhes revelou os Salmos, para que se lembrassem que Cristo não agiu segundo a carne, mais segundo O Espírito.
A falta de reverência e a total negligência quanto à casa de Deus e as coisas de Deus, consome interiormente àqueles que amam a Deus e O servem com zelo. Testifica assim o Salmista: Salmos 119:139 - O meu zelo me consumiu, porque os meus inimigos se esqueceram da tua palavra.

O Zelo de Paulo pela igreja.

Apóstolo Paulo é um exemplo a ser seguido quanto ao capricho com as coisas de Deus. Seu zelo era contagiante. Escrevendo aos coríntios ele disse: II Corintios 11:2 - Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo.
É importante atentar para as palavras de Paulo quanto ao zelo que ele possui: Um zelo que vem de Deus, e não dele mesmo.
O esse zelo tem a mesma característica do zelo manifestado em Números 25 com Finéas: Manter o povo santo para o Senhor; Paulo em seu zelo, prepara a igreja para se apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo.
Quando O Cristo glorificado se manifestou a João na Ilha de Patmos, revelando o coração de cada igreja, nos convém atentar para a igreja de Laodicéia:

Apocalipse 3:14-19
E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:
Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!
Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;
Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.
Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te.
A exortação cabe a nós em nossos dias. Muitos estão acomodados. Cegos em seus caminhos. Confiantes em suas obras. No entanto, estão apáticos quanto ao dever, apáticos quanto ao zelo por Deus e pelas almas que perecem.

Conclusão
Cristo nos convida a sermos zelosos. Arrepender-se da negligência que tomou conta dos nossos corações e colocar em prática o zelo que ele nos cobra.
Finéas foi lembrado por todas as gerações pelo seu zelo. Cristo foi exemplo para seus discípulos quanto ao zelo pela casa do Senhor.
Paulo trabalhou para que a igreja permanece santa.
E nós? Do que seremos lembrados? Do zelo, ou do desleixo pelo Reino de Deus?
Como está sua vida particular com Deus hoje? Tem buscado com zelo ou tem sido negligente quanto ao dever?

Em Cristo,


Pr Jeferson Rangel

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Biografia - Dwight Lyman Moody

Dwight Lyman Moody (1837-1899)


Antes de ler esta biografia, destacamos dois fatos que podem ilustrar a vida de D.L. Moody: Certa feita, Moody estava a dirigir uma reunião e convocou um dos presentes a dirigir uma oração. O homem começou sua oração com retórica e foi se prolongando sem medida. De súbito, ouve-se uma voz forte: – Irmãos, vamos cantar um hino, enquanto nosso irmão termina seu discurso. À palavra seguiu-se o início do hino. No meio do auditório, naquela noite, converteu-se um homem que seria mais tarde um dos maiores evangelistas de todos os tempos: o médico Greenfel, do Labrador.No começo de seu ministerio (por volta dos 21 anos de idade), em um certo domingo, visitou uma Escola Bíblica Dominical. Pediu permissão para ensinar também uma classe. O dirigente respondeu: “Há doze professores e dezesseis alunos, porém o senhor pode ensinar todos os alunos que conseguir trazer à escola”. Foi grande a surpresa de todos quando Moody, no domingo seguinte, entrou com dezoito meninos da rua, sem chapéu, descalços e de roupa suja e esfarrapada, mas, como ele disse: “Todos com uma alma para ser salva”. Continuou a levar cada vez mais alunos à Escola até que, alguns domingos depois, no prédio não cabiam mais; então resolveu abrir outra escola em outra parte da cidade.
Tudo aconteceu durante uma das famosas campanhas de Moody e Sankey para salvar almas. A noite de uma segunda-feira tinha sido reservada para um discurso dirigido aos materialistas. Carlos Bradlaugh, campeão do ceticismo, então no zênite da fama, ordenou que todos os membros dos clubes que fundara assistissem à reunião. Assim, cerca de 5.000 homens, resolvidos a dominar o culto, entraram e ocuparam todos os bancos.
Moody pregou sobre o texto: “A rocha deles não é como a nossa Rocha, sendo os nossos próprios inimigos os juizes” (Deuteronômio 32: 31).
“Com uma rajada de incidentes pertinentes e comoventes das suas experiências com pessoas presas ao leito de morte, Moody deixou que os homens julgassem por si mesmo quem tinha melhor alicerce sobre o qual deviam basear sua fé e esperança. Sem querer, muitos dos assistentes tinham lágrimas nos olhos. A grande massa de homens demonstrando o mais negro e determinado desafio a Deus estampado nos seus rostos, encarou o contínuo ataque de Moody aos pontos mais vulneráveis, isto é, o coração e o lar.
“Ao findar, Moody disse: ‘Levantemo-nos para cantar: Oh! vinde vós aflitos! e, enquanto o fazemos, os porteiros abram todas as portas para que possam sair todos os que quiserem. Depois faremos o culto, como de costume, para aqueles que desejam aceitar o Salvador’. Uma das pessoas que assistiu a esse culto, disse: ‘Eu esperava que todos saíssem imediatamente, deixando o prédio vazio. Mas a grande massa de cinco mil homens se levantou, cantou e assentou-se de novo; nenhum deles deixou seu assento!'”
“Moody, então disse: ‘Quero explicar quatro palavras: Recebei, crede, confiai, aceitai’. Um grande sorriso passou de um a outro em todo aquele mar de rostos. Depois de falar um pouco sobre a palavra recebei, fez um apelo: ‘Quem quer recebê-lo? É somente dizer: ‘Quero’. Cerca de cinqüenta dos que estavam em pé e encostado às paredes, responderam: ‘Quero’, mas nenhum dos que estavam sentados. Um homem exclamou: ‘Não posso’. Moody então replicou: ‘Falou bem e com razão, amigo; foi bom ter falado. Escute e depois poderá dizer: ‘Eu posso’. Moody então explicou o sentido da palavra crer e fez o segundo apelo: ‘Quem dirá: Quero crer nele?’ De novo alguns dos homens que estavam em pé responderam, aceitando, mas um dos chefes dirigente dum clube, bradou: ‘Eu não quero!’ Moody, vencido pela ternura e compaixão, respondeu com voz quebrantada: ‘Todos os homens que estão aqui esta noite têm de dizer: Eu quero ou Eu não quero'”.
“Então, levou todos a considerarem a história do Filho Pródigo, dizendo: ‘A batalha é sobre o querer – só sobre o querer. Quando o Filho Pródigo disse: Levantar-me-ei a luta foi ganha, porque alcançara o domínio sobre a sua própria vontade. É com referência a este ponto que depende de tudo hoje. Senhores, tendes aí em vosso meio o vosso campeão, o amigo que disse: Eu não quero. Desejo que todos aqui, que acreditam que esse campeão tem razão, levantem-se e sigam o seu exemplo, dizendo: Eu não quero’. Todos ficaram quietos e houve silêncio até que, por fim, Moody interrompeu, dizendo: ‘Graças a Deus! Ninguém disse: Eu não quero. Agora quem dirá: Eu quero? Instantaneamente parece que o Espírito Santo tomou conta do grande auditório de inimigos de Jesus Cristo, e cerca de quinhentos homens puseram-se de pé, as lágrimas rolando pelas faces e gritando: ‘Eu quero! Eu quero!’ Clamando até que todo o ambiente se transformou. A batalha foi ganha”.
“O culto terminou sem demora, para que se começasse a obra entre aqueles que estavam desejosos de salvação. Em oito dias, cerca de dois mil foram transferidos das fileiras do inimigo para o exército do Senhor, pela rendição da vontade. Os anos que se seguiram provaram a firmeza da obra, pois os clubes nunca mais se ergueram. Deus, na sua misericórdia e poder, os aniquilou por seu Evangelho”.
Um total de quinhentas mil preciosas almas ganhas para Cristo, é o cálculo da colheita que Deus fez por intermédio de seu humilde servo, Dwight Lyman Moody. R. A. Torrey, que o conheceu intimamente, considerava-o, com razão, o maior homem do século XIX, isto é, o homem mais usado por Deus para ganhar almas.
Que ninguém julgue, contudo, que D. L. Moody era grande em si mesmo ou que tinha oportunidades que os demais não têm. Seus antepassados eram apenas lavradores que viveram por sete gerações, ou duzentos anos, no vale do Connecticut, nos Estados Unidos. Moody nasceu a 5 de fevereiro de 1837, de pais pobres, o sexto entre nove filhos. Quando era ainda pequeno, seu pai faleceu e os credores tomaram conta do que ficou, deixando a família destituída de tudo, até da lenha para aquecer a casa em tempo de intenso frio.
Não há história que comova e inspire tanto quanto a daqueles anos de luta da viúva, mãe de Moody. Poucos meses depois da morte de seu marido, nasceram-lhe gêmeos e o filho mais velho tinha apenas doze anos. O conselho de todos os parentes foi que ela entregasse os filhos para outros criarem. Mas com invencível coragem e santa dedicação a seus filhos, ela conseguiu criar todos os nove filhos no próprio lar. Guarda-se ainda, como tesouro precioso, sua Bíblia com as palavras de Jeremias 49:11 sublinhadas: “Deixa os teus órfãos, eu os conservarei em vida; e confiem em mim tuas viúvas”.
– “Pode-se esperar outra coisa a não ser que os filhos ficassem ligados à mãe e que crescessem para se tornarem homens e mulheres que conhecessem o mesmo Deus que ela conhecia?”- Assim se expressou Moody, ao lado do ataúde quando ela faleceu com a idade de noventa anos: – “Se posso conter-me, quero dizer algumas palavras. É grande honra ser filho de uma mãe como ela. Já viajei muito, mas nunca encontrei alguém como ela. Ligava a si seus filhos de tal maneira que representava um grande sacrifício para qualquer deles afastar-se do lar. Durante o primeiro ano depois que o meu pai faleceu, ela adormecia todas as noites chorando. Contudo, estava sempre alegre e animada na presença dos filhos. As saudades serviam para chegá-la mais perto de Deus. Muitas vezes eu me acordava e ela estava orando, às vezes, chorando. Não posso expressar a metade do que desejo dizer. Aquele rosto, como é querido! Durante cinqüenta anos não senti gozo maior do que o gozo de voltar a casa. Quando estava ainda a setenta e cinco quilômetros de distância, já me sentia tão inquieto e desejoso de chegar que me levantava do assento para passear pelo carro até o trem chegar à estação… Se chegava depois de anoitecer, sempre olhava para ver a luz na janela da minha mãe. Senti-me tão feliz esta vez por chegar a tempo de ela ainda me reconhecer! Perguntei-lhe: – ‘Mãe, me reconhece? Ela respondeu: – ‘Ora, se eu te reconheço! ‘Aqui está a sua Bíblia, assim gasta, porque é a Bíblia do lar; tudo que ela tinha de bom veio deste Livro e foi dele que nos ensinou. Se minha mãe foi uma bênção para o mundo é porque bebia desta fonte. A luz da viúva brilhou do outeiro durante cinqüenta anos. Que Deus a abençoe, mãe; ainda a amamos! Adeus, por um pouco, mãe!”
Todos os filhos da viúva Moody assistiam aos cultos nos domingos; levavam merenda para passar o dia inteiro na igreja. Tinham de ouvir dois prolongados sermões e, no intervalo, assistir à Escola Dominical. Dwight, depois de trabalhar a semana inteira, achava que sua mãe exigia demais obrigando-o a assistir aos sermões, os quais não compreendia. Mas, por fim, chegou a ser agradecido a essa boa mãe pela dedicação nesse sentido.
Com a idade de dezessete anos, Moody saiu de casa para trabalhar na cidade de Boston, onde achou emprego na sapataria de um tio seu. Continuou a assistir aos cultos, mas ainda não era salvo.
Notai bem, os que vos dedicais à obra de ganhar almas: não foi num culto que Dwight Moody foi levado ao Salvador. Seu professor da Escola Dominical, Eduardo Kimball, conta: “Resolvi falar-lhe acerca de Cristo e de sua alma. Vacilei um pouco em entrar na sapataria, não queria embaraçar o moço durante as horas de serviço. Por fim, entrei, resolvido a falar sem mais demora. Achei Moody nos fundos da loja, embrulhando calçados. Aproximei-me logo dele e, colocando a mão sobre seu ombro, fiz o que depois parecia ser um apelo fraco, um convite para aceitar a Cristo. Não me lembro do que eu disse, nem mesmo Moody podia lembrar-se alguns anos depois. Simplesmente falei do amor de Cristo para com ele, e o amor que Cristo esperava dele, de volta. Parecia-me que o moço estava pronto para receber a luz que o iluminou naquele momento e, lá nos fundos da sapataria, entregou-se a Cristo”.
Era costume das igrejas daquela época, alugarem os assentos. Moody, logo depois da sua conversão, transbordando de amor para com o seu Salvador, pagou aluguel de um banco, percorrendo as ruas, hotéis e casas de pensão solicitando homens e meninos para enchê-lo em todos os cultos. Depois alugou mais um, depois outro, até conseguir encher quatro bancos, todos os domingos. Mas isso não era suficiente para satisfazer o amor que sentia para com os perdidos. Certo domingo visitou uma Escola Dominical em outra rua. Pediu permissão para ensinar também uma classe. O dirigente respondeu: “Há doze professores e dezesseis alunos, porém o senhor pode ensinar todos os alunos que conseguir trazer à escola”. Foi grande a surpresa de todos quando Moody, no domingo seguinte, entrou com dezoito meninos da rua, sem chapéu, descalços e de roupa suja e esfarrapada, mas, como ele disse: “Todos com uma alma para ser salva”. Continuou a levar cada vez mais alunos à Escola até que, alguns domingos depois, no prédio não cabiam mais; então resolveu abrir outra escola em outra parte da cidade. Moody não ensinava, mas arranjava professores, providenciava o pagamento do aluguel e de outras despesas. Em poucos meses essa escola veio a ser a maior da cidade de Chicago. Não julgando conveniente pagar outros para trabalhar no domingo, Moody, cedo, pela manhã, tirava as pipas de cerveja (outros ocupavam o prédio durante a semana), varria e preparava tudo para o funcionamento da escola. Depois, então, saía par convidar alunos. Às duas horas, quando voltava de fazer os convites, achava o prédio repleto de alunos.
Depois de findar a escola, ele visitava os ausentes e convidava todos para estarem a pregação, à noite. No apelo, após o sermão, todos os interessados era convidados a ficar para um culto especial, no qual tratavam individualmente com todos. Moody também participava nessa colheita de almas.
Antes de findar o ano, 600 alunos, em média, assistiam à Escola Dominical, divididos em 80 classes. A seguir a assistência subia a 1.000 e, as às vezes, a 1.500.
Ao mesmo tempo que Moody se aplicava à Escola Dominical com tais resultados, esforçava-se, também, no comércio todos os dias. O grande alvo da sua vida era vir a ser um dos principais comerciantes do mundo, um multimilionário. Não tinha mais de 23 anos é já tinha ajuntado 7.000 dólares! Mas seu Salvador tinha um plano ainda mais nobre para seu servo.
Certo dia, um dos professores da Escola Dominical entrou na sapataria onde Moody negociava. Informou-o de que estava tuberculoso e que, desenganado pelos médicos, resolvera voltar para Nova Iorque e aguardar a morte. Confessou-se muito perturbado, não porque tinha de morrer, mas porque até então não conseguira levar ao Salvador nenhuma das moças da sua classe da Escola Dominical. Moody, profundamente comovido, sugeriu que visitassem juntos as moças em suas casas, uma por uma. Visitaram uma, o professor falou-lhe seriamente acerca da salvação da sua alma. A moça deixou seu espírito leviano e começou a chorar, entregando-se ao seu Salvador. Todas as outras moças que foram visitadas naquele dia fizeram o mesmo.
Passados dez dias, o professor foi novamente à sapataria. Com grande gozo informou a Moody que todas as moças se haviam entregado a Cristo. Resolveram então convidar todas para um culto de oração e despedida na véspera da partida do professor para Nova Iorque. Todos se ajoelharam e Moody, depois de fazer uma oração, estava para se levantar quando uma das moças começou, também, a orar. Todos oraram suplicando a Deus em favor do professor. Ao sair Moody suplicou: “Ó Deus, permite-me morrer antes de perder a bênção que recebi hoje aqui!”
Moody, mais tarde, confessou: “Eu não sabia o preço que tinha de pagar, como resultado de haver participado na evangelização individual das moças. Perdi todo o jeito de negociar; não tinha mais interesse no comércio. Experimentara um outro mundo e não mais queria ganhar dinheiro…Oh! delícia, a de levar uma alma das trevas desde mundo à gloriosa luz e liberdade do Evangelho!”
Então, não muito depois de casar-se, com a idade de vinte e quatro anos, Moody deixou um bom emprego com salário de cinco mil dólares por ano, um salário fabuloso naquele tempo, para trabalhar todos os dias no serviço de Cristo, sem ter promessa de receber um único cêntimo. Depois de tomar essa resolução, apressou-se em ir à firma B. F. Jacobs & Cia., onde, muito comovido, anunciou: – “Já resolvi empregar todo o meu tempo no serviço de Deus!” – “Como vai manter-se?” – “Ora, Deus me suprirá de tudo se Ele quiser que eu continue; e continuarei até ser obrigado a desistir”.
A parte da biografia de D. L. Moody que trata dos primeiros anos do seu ministério está repleta de proezas feitas na carne. Mencionamos aqui apenas uma, isto é, o fato de Moody fazer 200 visitas em um só dia. Ele mesmo mais tarde se referia àqueles anos como uma manifestação do “zelo de Deus, mas sem entendimento”, acrescentando: “Há, contudo muito mais esperança para o homem com zelo e sem entendimento do que para o homem de entendimento sem zelo”.
Rompeu a tremenda Guerra Civil e Moody chegou com os primeiros soldados ao acampamento militar onde armou uma grande tenda para os cultos. Depois ajuntou dinheiro e levantou um templo onde dirigiu 1.500 cultos durante a guerra. Uma pessoa que o conhecia assim comentou sua ação: “Moody precisava estar constantemente em todos os lugares, dia e noite, nos domingos e todos os dias da semana; orando, exortando, tratando com os soldados acerca das suas almas, regozijando-se nas oportunidades abundantes de trabalhar no grande fruto ao seu alcance por causa da guerra”.
Depois de findar a guerra, dirigiu uma campanha para levantar em Chicago um prédio para os cultos, com capacidade para três mil pessoas. Quando, mais tarde esse edifício foi destruído por um incêndio, ele e dois outros iniciaram outra campanha, antes de os escombros haverem esfriados, para levantar novo edifício. Trata-se do Farwell Hall II, que se tornou um grande centro religioso em Chicago. O segredo desse êxito foram os cultos de oração que se realizavam diariamente, ao meio-dia, precedidos por uma hora de oração de Moody, escondido no vão debaixo da escada .
No meio desses grandes esforços, Moody resolveu, inesperadamente, fazer uma visita à Inglaterra.
Em Londres, antes de tudo, foi ouvir Spurgeon pregar no Metropolitan Tabernacle. Já tinha lido muito do que “o príncipe dos pregadores” escrevera, mas ali pôde verificar que a grande obra não era de Spurgeon, mas de Deus, e saiu de lá com uma outra visão.
Visitou Jorge Müller e o orfanato em Bristol. Desde aquele tempo a Autobiografia de Müller exerceu tanta influência sobre ele como já o tinha feito “O Peregrino”, de Bunyan.
Entretanto, nessa viagem, o que levou Moody a buscar definitivamente uma experiência mais profunda com Cristo, foram estas palavras proferidas por um grande ganhador de almas de Dubim, Henrique Varley: “O mundo ainda não viu o que Deus fará com, para, e pelo homem inteiramente a Ele entregue”. Moody disse consigo mesmo: “Ele não disse por um grande homem, nem por um sábio, nem por um rico, nem por um eloqüente, nem por um inteligente, mas simplesmente por um homem. Eu sou um homem, e cabe ao homem mesmo resolver se deseja ou não consagrar-se assim. Estou resolvido a fazer todo o possível para ser esse homem”. Apesar de tudo isso, Moody, depois de voltar à América, continuava a se esforçar e a empregar métodos naturais. Foi nessa época que a cidade de Chicago foi reduzida a cinzas no pavoroso incêndio de 1871.
Na noite do início do pavoroso incêndio, Moody pregou sobre este tema: – “Que farei, então de Jesus, chamado Cristo? Ao concluir ser sermão, ele disse ao auditório, o maior a que pregara em Chicago: “Quero que leveis esse texto para casa e nele meditais bem durante a semana e no domingo vindouro iremos ao Calvário e à cruz e resolveremos o que faremos de Jesus de Nasaré”.
– “Como errei!” Disse Moody, depois. – “Não me atrevo mais a conceder uma semana de prazo ao perdido para decidir sobre a salvação. Se se perderem serão capazes de se levantar contra mim no juízo. Lembro-me bem de como Sankey cantou e como sua voz soou quando chegou a estrofe de apelo: “O Salvador chama para o refúgio. Rompe a tempestade e breve vem a morte”.
“Nunca mais vi aquele auditório. Ainda hoje desejo chorar… Prefiro ter a mão direita decepada, a conceder ao auditório uma semana para decidir o que fará de Jesus. Muitos me censuram dizendo: – “Moody, o senhor quer que o povo se decida imediatamente. Por que não lhe dá tempo para consultar?”
“Tenho pedido a Deus muitas vezes que me perdoe por ter dito naquela noite que podiam passar oito dias para considerar, e se Ele poupar minha vida não farei de novo”.
O grande incêndio rugiu e ameaçou durante quatro dias; consumindo Farwell Hall, o templo de Moody e a sua própria residência. Os membros da igreja foram todos dispersos. Moody reconheceu que a mão de Deus o castigara para o ensinar, e isso tornou-se para ele motivo de grande regozijo.
Foi a Nova Iorque, a fim de granjear dinheiro para os flagelados do grande incêndio. Acerca do que se passou, ele mesmo escreveu: “Não sentia o desejo no coração de solicitar dinheiro. Todo o tempo eu clamava a Deus pedindo que me enchesse do seu Espírito. Então, certo dia, na cidade de Nova Iorque – Ah! que dia! Não posso decrevê-lo, nem quero falar no assunto; é experiência quase sagrada demais para ser mencionada. O apóstolo Paulo teve uma experiência acerca da qual não falou por catorze anos. Posso apenas dizer que Deus se revelou a mim e tive uma experiência tão grande do seu amor que tive de rogar-lhe que retirasse de mim sua mão. Não quero voltar para viver de novo como vivi outrora nem que eu pudesse possuir o mundo inteiro”.
Acerca dessa experiência, um de seus biógrafos acrescentou: “O Moody que andava na rua parecia outro. Nunca jamais bebera mosto, mas então conhecia a diferença entre o júbilo que Deus dá e o falso júbilo de Satanás. Enquanto andava, parecia-lhe que um pé dizia a cada passo, ‘Glória!’ e o outro respondia, ‘Aleluia!’. O pregador rompeu em soluços, balbuciando: ‘Ó Deus, constrange-nos andar perto de ti para todo o sempre'”.
O Senhor supriu dinheiro para Moody construir um edifício provisório para realizar os cultos em Chicago. Era de madeira rústica, forrada de papel grosso para evitar o frio; o teto era sustentado por fileiras de estacas colocadas no centro. Nessa templo provisório realizaram-se os cultos durante três anos, no meio dum deserto de cinzas. A maior parte do trabalho de construção fora feita pelos membros que moravam em ranchos ou mesmos em lugares escavados por debaixo das calçadas das ruas. Ao primeiro culto assistiram mais de mil crianças com seus respectivos pais !
Esse templo provisório serviu de morada para Moody e Sankey, seu evangelista-cantor; eram tão pobres como os outros em redor, mas tão cheios de esperança e gozo que conseguiram levar muitos a Cristo e se tornaram ricos, apesar de nada possuírem. Onda após onda de avivamento passou sobre o povo. Os cultos continuavam dia e noite, quase sem cessar, durante alguns meses. Multidões choravam seus pecados, às vezes dias inteiros e no dia seguinte, perdoados, clamavam e louvavam em gratidão a Deus. Homens e mulheres até então desanimados participavam do gozo transbordante de Moody, transformado pelo batismo com o Espírito Santo.
Não muito depois de haver construído o templo permanente (com assentos para 2.000 pessoas – e sem endividar-se), Moody fez a sua segunda viagem à Inglaterra. Nos seus primeiros cultos nesse país, encontrou igrejas frias, com pouca assistência e o povo sem interesse nas suas mensagens. Mas a unção do Espírito, que Moody recebera nas ruas de Nova Iorque, ainda permanecia na sua alma e Deus o usou como seu instrumento para um avivamento mundial .
Não desejava métodos sensacionais, mas usou os mesmos métodos humildes até o fim da vida: sermão dirigido direto aos ouvintes; aplicação prática da mensagem do Evangelho à necessidade individual; solos cantados sob a unção do Espírito; apelo para que o perdido se entregasse imediatamente; uma sala no lado aonde levava os que se achavam em “dificuldades” em aceitar a Cristo; a obra que depois os salvos faziam entre os “interessados” e recém-convertidos; diariamente uma hora de oração ao meio-dia, e cultos que duravam dias inteiros.
Na Inglaterra, as cidades de York, Senderland, Bishop, Auckland, Carlisle e Newcastle foram vivificadas como nos dias de Whitefield e Wesley. Na Escócia, em Edimburgh, os cultos se realizaram no maior edifício e “a cidade inteira ficou comovida”. Em Glasgow, a obra começou com uma reunião de professores da Escola Dominical, a que assistiram mais de 3.000. O culto de noite foi anunciado para às 6:30, mas muito antes da hora marcada, o grande edifício ficou repleto e a multidão que não pôde entrar foi levado para as quatro igrejas mais próximas. Essa série de cultos transformou radicalmente a vida diária do povo. Na última noite Sankey cantou para 7.000 pessoas que estavam dentro do edifício, e Moody, sem poder entrar no auditório, subiu numa carruagem e pregou a 20 mil pessoas que se achavam congregadas do lado de fora. O coral cantou os hinos de cima dum galpão. Em um só dia mais de 2.000 pessoas responderam ao apelo para se entregarem definitivamente a Cristo.
Na Irlanda, Moody pregou nos maiores centros com os mesmos resultados, como na Inglaterra e Escócia. Os cultos em Belfast continuaram durante quarenta dias. O último culto foi reservado para os recém-convertidos, que só podiam ter ingresso por meio de bilhetes, concedidos gratuitamente. Assistiram 2.300 pessoas. Belfast fora o centro de vários avivamentos, mas todos concordam em que nunca houvera um avivamento antes desse, de resultados tão permanentes.
Depois da campanha na Irlanda, Moody e Sankey voltaram à Inglaterra e dirigiram cultos inesquecíveis em Shefield, Manchester, Birgmingham e Liverpool. Durante muitos meses, os maiores edifícios dessas cidades ficaram superlotados de multidões desejosas de ouvirem a apresentação clara e ousada do Evangelho por um homem livre de todo o interesse e ostentação. O poder do Espírito se manifestou em todos os cultos produzindo resultados que permanecem até hoje.
O itinerário de Moody e Sankey na Europa, findou-se após quatro meses de cultos em Londres. Moody pregava alternadamente em quatro centros. Os seguintes algarismos nos servem para compreender algo da grandeza dessa obra durante os quatro meses: Realizaram-se 60 cultos em Agricultural Hall, aos quais um total de 720.000 pessoas assistiram; em Bow Road Hall, 60 cultos, aos quais 600.000 pessoas assistiram; em Camberwell Hall, 60 cultos, com assistência de 480.000; Haymarket Opera House, 60 cultos, 330.000; Vitória Hall, 45 cultos, 400.000 assistentes.
Quando Moody saiu dos Estados Unidos em 1873, era conhecido apenas em alguns Estados e tinha fama, apenas como obreiro da Escola Dominical e da Associação Cristã de Moços. Mas quando voltou da campanha na Inglaterra em 1875, era conhecido como o mais famoso pregador do mundo. Contudo continuou o mesmo humilde servo de Deus. Foi assim que uma pessoa que o conhecia intimamente descreve sua personalidade: “Creio que era a pessoa mais humilde que jamais conheci… Ele não fingia humildade. No íntimo do seu coração rebaixava-se a si mesmo e superestimava os outros. Ele engrandecia outros homens, e, sempre que possível arranjava para que eles pregassem. Fazia tudo para não aparecer”.
Ao chegar novamente aos Estados Unidos, Moody recebeu convites, para pregar, de todas as partes do País. Sua primeira campanha (em Brooklyn) foi um modelo para todas as outras. As denominações cooperavam; alugaram um prédio que comportava 3.000 pessoas. O resultado foi uma grande e permanente obra.
Nas suas campanhas havia ocasiões que eram realmente dramáticas. Em Chicago, o Circo Forepaugh, com uma tenda de lona que tinha assentos para 10.000 pessoas e lugares para outras 10.000 em pé, anunciou representações para dois domingos. Moody alugou a tenda para os cultos de manhã, os donos resolveram não fazer sessão no segundo domingo. Entretanto, o culto realizou-se sob a lona no segundo domingo, o calor era tanto que dava a impressão de matar a todos, porém 18.000 pessoas ficaram em pé, banhados em suor e esquecidos do calor. No silêncio que reinava durante a pregação de Moody, o poder desceu e centenas foram salvos.
O doutor Dale disse: “Acerca do poder de Moody, acho difícil falar. É tão real e ao mesmo tempo tão diferente do poder dos demais pregadores, que não sei descrevê-lo. Sua realidade é inegável. Um homem que pode cativar o interesse de um auditório de três a seis mil pessoas, por meia hora, de manhã, por quarenta minutos, de novo, ao meio-dia e de um terceiro auditório, de 13 a 15 mil, durante quarenta minutos, à noite, deve ter um poder extraordinário”.
Acerca desse poder maravilhoso, Torrey testificou: “Várias vezes tenho ouvido diversas pessoas dizerem que viajaram grandes distâncias para ver e ouvir D. L. Moody, e que ele, de fato, é um maravilhoso pregador. Sim, ele era em verdade o mais maravilhoso que eu jamais ouvi; era grande o privilégio de ouvi-lo pregar, como só ele sabia pregar. Contudo, conhecendo-o intimamente, quero testificar que Moody era maior como intercessor do que como pregador. Enfrentando obstáculos aparentemente invencíveis, ele sabia vencer todas as dificuldades. Sabia, e cria no mais profundo de sua alma, que não havia nada demasiadamente difícil para Deus fazer, e que a oração podia conseguir tudo que Deus pudesse realizar”.
Apesar de Moody não ter instrução acadêmica, reconhecia o grande valor da educação e sempre aconselhava a mocidade a se preparar para manejar bem a Palavra de Deus. Reconhecia a grande vantagem da instrução também para os que pregam no poder do Espírito Santo. Ainda existem três grandes monumentos às suas convicções nesse ponto – as três escolas que ele fundou: O Instituto Bíblico em Chicago, com 38 prédios e 16.000 matriculados nas aulas diurnas, noturnas e Cursos por Correspondência; o Northfield Seminário, com 490 alunos, e a Escola do Monte Hermon, com 500 alunos.
Entretanto, ninguém se engane como alguns desses alunos e como diversos crentes entre nós, pensando que o grande poder de Moody era mais intelectual do que espiritual. Nesse ponto ele mesmo falava com ênfase: para maior clareza, citamos o seguinte de seus “Short Talks”: “Não conheço coisa mais importante que a América precise do que de homens e mulheres inflamados como o fogo do Céu; nunca encontrei um homem (ou mulher) inflamado com o Espírito de Deus que fracassasse. Creio que isso seja impossível; tais pessoas nunca se sentem desanimadas. Avançam mais e mais e se animam mais e mais. Amados, se não tendes essa iluminação, resolvei adquiri-la, e orai: ‘Ó Deus ilumina-me com o teu Espírito Santo’!”
No que R. A. Torrey escreveu aparece o espírito dessas escolas que fundou:
“Moody costumava escrever-me antes de iniciar uma nova campanha, dizendo: ‘Pretendo dar início ao trabalho no lugar tal e em tal dia; peço-lhe que convoque os estudantes para um dia de jejum e oração’. Eu lia essas cartas aos estudantes e lhes dizia: Moody deseja que tenhamos um dia de jejum e oração para pedir, primeiramente, as bênçãos divinas sobre nossas próprias almas e nosso trabalho! Muitas vezes ficávamos ali na sala das aulas até alta noite – ou mesmo até a madrugada – clamando a Deus, porque Moody nos exortava a esperar até que recebêssemos a bênção”.
“Até o dia da minha morte não poderei esquecer-me de 8 de julho de 1894. Era o último dia da Assembléia dos Estudantes de Northfield… Às 15 horas reunimo-nos em frente à casa da progenitora de Moody… Havia 456 pessoas em nossa companhia… Depois de andarmos alguns minutos, Moody achou que podíamos parar. Nós nos sentamos nos troncos de árvores caídas, em pedras, ou no chão. Moody então franqueou a palavra, dando licença para qualquer estudante expressar-se. Uns 75 deles, um após outro, levantaram-se, dizendo: ‘Eu não pude esperar até às 15 horas, mas tenho estado sozinho com Deus desde o culto de manhã e creio que posso dizer que recebi o batismo com o Espírito Santo’. Ouvindo o testemunho desses jovens, Moody sugeriu o seguinte: ‘Moços, por que não podemos ajoelhar-nos aqui, agora, e pedir que Deus manifeste em nós o poder do seu Espírito de um modo especial, como fez aos apóstolos no dia de Pentecostes?’ E ali na montanha oramos”.
“Na subida, tínhamos notado como se iam acumulando nuvens pesadas; no momento em que começamos a orar, principiou a chuva a cair sobre os grandes pinheiros e sobre nós. Porém houve uma outra qualidade de nuvem que há dez dias estava se acumulando sobre a cidade de Northfield – uma nuvem cheia da misericórdia, da graça e do poder divino, de sorte que naquela hora parecia que nossas orações bombardiavam essas nuvens, fazendo descer sobre nós, em grande poder, a virtude do Espírito Santo”.
Que Moody mesmo era um estudante incansável, vê-se no seguinte:
“Todos os dias da sua vida, até o fim, segundo creio, ele se levantava muito cedo de manhã para meditar na Palavra de Deus. Costumava deixar sua cama às quatro horas da madrugada, mais ou menos, para estudar a Bíblia. Um dia ele me disse: ‘Para estudar, preciso me levantar antes que as outras pessoas acordem’. Ele se fechava num quarto afastado do resto da família, sozinho com a sua Bíblia e com o seu Deus…”
“Pode-se falar em poder, porém, ai do homem que negligenciar o único Livro dado por Deus, que serve de instrumento, por meio do qual Ele dá e exerce seu poder. Um homem pode ler inúmeros livros e assistir a grandes convenções; pode promover reuniões de oração que durem noites inteiras, suplicando o poder do Espírito Santo, mas se tal homem não permanecer em contato íntimo e constante com o único Livro, a Bíblia, não lhe será concedido o poder. Se já tem alguma força não conseguirá mantê-la, senão pelo estudo diário, sério e intenso desse Livro”.
Tudo no mundo tem de findar; chegou o tempo também para D. L. Moody findar o seu ministério aqui na terra. Em 16 de novembro de 1899, no meio de sua campanha em Kansas City, com auditórios de 15.000 pessoas, pregou seu último sermão. É provável que soubesse que seria o último: certo é que seu apelo era ungido como poder vindo do Alto e centenas de almas foram ganhas para Cristo.
Para a nação, a sexta-feira, 22 de dezembro de 1899, foi o dia mais curto do ano, mas para D. L. Moody, foi o dia que clareou, foi o começo do dia que nunca findará. Às seis horas da manhã dormiu um ligeiro sono. Então os seus queridos ouviram-no dizer em voz clara: “Se isto é a morte, não há nenhum vale. Isto é glorioso. Entrei pelas portas e vi as crianças! (Dois de seus netos que já tinham falecidos). A terra recua; o céu se abre perante mim. Deus está me chamando! “Então virou-se para a sua esposa, a quem ele queria mais do que a todas as pessoas, a não ser Cristo, e disse: “Tu tens sido para mim uma boa pessoa”.
No singelo culto fúnebre, Torrey, Scofield, Sankey e outros falaram à grande multidão comovida que assistiu. Depois o ataúde foi levado pelos alunos da Escola Bíblica de Monte Hermom a um lugar alto que ficava próximo, chamado “Round Top”. Três anos depois, a fiel serva de Deus, Ema Moody, sua esposa, também dormiu em Cristo e foi enterrada ao lado do marido, no mesmo alto, onde permanecerão até o glorioso dia da ressurreição.

Biografia - John Hyde - O apóstolo de oração

John Hyde (1865-1912)


“O Apostolo de Oração”

Uma palavra muitas vezes repetida por John Hyde:
“Quando nos mantemos perto de Jesus, é ele quem atrai as almas a si mesmo através de nós, mas é necessário que ele seja levantado na nossa vida: isto é, temos de ser crucificados com ele. Em alguma forma, é o ‘EU’ que se levanta entre nós e ele, e por isso o ‘EU’ precisa ser tratado como ele foi. O ‘EU’ precisa ser crucificado. Somente então Cristo será levantado na nossa vida, e ele não pode deixar de atrair almas a si mesmo. Tudo isso é resultado de união e comunhão íntimas, ou seja, comunhão com ele nos seus sofrimentos.”
1ª. Parte
Testemunho de seu amigo J. Pengwern Jones
Extraído de `Praying Hyde´ (O Homem Que Orava), compilado por Captain E. G. Carré.
“John Hyde foi grandemente usado para abençoar minha vida. Já havia lido aquele precioso livro de Andrew Murray, `Com Cristo na Escola de Oração´, e pude ver neste homem um exemplo vivo de alguém que estava de fato com Cristo na sua escola de oração. Seu exemplo deu-me um profundo anseio e também inspiração para me matricular como aluno nesta escola…
Jesus, nosso grande Sumo Sacerdote, deseja `companheiros´, `colegas´, `participantes´, para entrarem junto com ele no santuário como intercessores. O sumo sacerdote dos tempos antigos tinha de entrar no Santo dos Santos sozinho, mas nosso Sumo Sacerdote suplica para que haja companheiros para estarem ao seu lado. Hyde era exatamente isto, e parece-me estranho que tenhamos tanta relutância em assumir este tremendo privilégio de ser `co-intercessores´ junto com ele…
A primeira vez que encontrei John Hyde foi em Ludhiana, no Punjab (na Índia), onde ele morava na época. Eu fora convidado para falar algumas palavras sobre o avivamento na região dos montes Khassia, na Índia, para a Conferência de uma missão, que estava realizando sua assembléia anual nesta época. Viajei a noite toda, saindo de Allahabad e chegando em Ludhiana de madrugada. Levaram-me para tomar chá junto com os participantes do congresso, e com os demais que estavam lá. Fui apresentado a Hyde que estava do lado oposto da mesa. Tudo que disse a mim foi: `Quero falar com você. Estarei esperando perto da porta.´
Lá estava ele me esperando, e suas primeiras palavras foram: `Venha comigo à sala de oração. Queremos você lá.´ Eu não sabia se era um pedido ou uma ordem. Sentia que tinha de ir. Falei com ele que havia viajado a noite toda, que estava cansado, e que teria de falar às quatro da tarde, mas acompanhei-o assim mesmo. Encontramos meia dúzia de pessoas ali, e Hyde se colocou de rosto em terra diante do Senhor. Ajoelhei-me, e uma estranha sensação começou a tomar conta de mim. Algumas pessoas oraram, e depois Hyde começou a orar, e a partir daí não me recordo de muita coisa. Eu sabia que estava na presença do próprio Deus, e não tinha nenhum desejo de sair daquele lugar. Na verdade, acho que nem pensei de mim mesmo ou do lugar onde estava, pois havia entrado em um outro mundo e queria permanecer ali.
Entramos naquela sala por volta das oito horas da manhã. Várias pessoas entraram e outras saíram depois disso, mas Hyde ficou prostrado de rosto em terra, e dirigiu o grupo em oração várias vezes. As refeições foram esquecidas, e minha sensação de cansaço evaporou. O relatório do avivamento e a mensagem que deveria entregar, que estavam me causando tanta ansiedade, saíram totalmente da minha mente, até umas três e meia da tarde, quando Hyde se levantou. Percebi então que estávamos sozinhos na sala de oração.
`Você vai falar às quatro horas,´ ele disse para mim. `Vou levá-lo para tomar uma xícara de chá.´ Respondi que certamente ele também precisava comer alguma coisa, mas ele disse: `Não, não quero nada, mas você precisa de alguma coisa.´ Passamos rapidamente no meu quarto, e nos lavamos apressadamente, e em seguida tomamos uma xícara de chá cada um. Então já estava na hora da reunião.
Ele me levou até a porta, tomou minha mão e disse: `Entre e fale. Esta é a sua tarefa. Voltarei à sala de oração para orar por você. Este é o meu trabalho. Quando acabar o culto, venha para a sala de oração outra vez, e louvaremos a Deus juntos.´ Que sensação, semelhante a um choque elétrico, passou por mim quando nos separamos ali. Foi fácil falar, mesmo através de um intérprete. O que eu disse, não sei. Antes de terminar, porém, o intérprete indiano, sobremodo comovido pelos seus sentimentos e pelo Espírito de Deus, não conseguiu continuar, e teve de ser substituído.
Sei que o Senhor falou naquela noite. Falou comigo, e falou com muitos outros. Reconheci o Poder da Oração. Foi assim que reconheci o poder da oração. Quantas vezes já havia lido de bênçãos em resposta a oração, mas isto me impactou de tal maneira naquela noite que desde então procuro alistar guerreiros de oração para orar por mim todas as vezes que tenho de entregar uma mensagem de Deus. Foi uma das reuniões mais maravilhosas que já tive o privilégio de experimentar, e sei que foi resultado do santo guerreiro de oração que estava lá por trás dos bastidores.
Voltei à sala de oração após o culto, para junto com ele louvar ao Senhor. Ele não fez pergunta alguma, se o culto fora bom ou não, se as pessoas foram abençoadas ou não, nem pensei em dizer-lhe da bênção que eu recebera pessoalmente, ou de como suas orações haviam sido respondidas. Era como se já soubesse de tudo, e como era poderoso seu louvor ao Senhor! Foi tão fácil para eu louvar ao Senhor junto com ele, e falar com Deus da bênção que me enviara. Conversei muito pouco com ele naquela conferência.
Sabia muito pouco sobre ele, e estranhamente, não tive desejo de dirigir-lhe pergunta alguma. Mas um novo poder entrara na minha vida, humilhando-me e dando-me uma visão completamente nova da vida de um missionário, ou até mesmo da vida de um cristão. O ideal que me foi revelado naquela época nunca se perdeu, pelo contrário, com o passar dos anos, há um anseio cada vez mais profundo de atingi-lo.
Conversei com alguns missionários sobre Hyde, e descobri que antes muitos não o haviam compreendido, mas agora seus olhos estavam sendo abertos ao fato de que este não era um obreiro comum, mas alguém especialmente revestido com o espírito de oração, dado por Deus para a Índia para ensinar as pessoas a orar. Anos depois, perguntei-lhe se naquela época ele havia percebido que os missionários não estavam a favor da quantidade de tempo que passava em oração. Com aquele sorriso doce que eu jamais poderei esquecer, ele respondeu: `Oh sim, eu sabia, mas era porque não me compreendiam, só isto. Não era intenção deles ser antipáticos comigo.´
Não pude detectar nele um átomo de amargura. E realmente agora os missionários já falavam da suas longas vigílias de oração com aprovação. Provavelmente Hyde não passou uma noite dormindo durante aquela primeira conferência em que estivemos juntos, e o Senhor o honrou. Ele não apareceu diante do povo, mas em resposta a suas orações, muitos foram abençoados. Creio que uma nova era na história da Missão, e na história da província de Punjab, foi inaugurada naquela época.”
2ª. Parte
Alguns relatos sobre o ministério de John Hyde.
Adaptado do livreto “John Hyde, Apostolo de Oração”. Francis McGraw. Publicado por John Walker em 1975.
John Hyde foi criado num lar onde Jesus era um hóspede residente, e onde a atmosfera era de oração. O pai de John, Smith Hyde, era um homem de oração e sempre pedia que o Senhor mandasse ‘trabalhadores para sua seara’. Não é a toa que Deus envolveu sua família nesta obra.
Em 1892, John Hyde, após ser chamado por Deus, viajou de navio para a Índia e iniciou, com muitas dificuldades, o que mais tarde seria um dos mais impactantes ministérios da igreja cristã.
Com as crescentes dificuldades para a pregação do evangelho na Índia, os missionários foram convocados para uma reunião de avaliação e aprofundamento espiritual. Três homens, John Hyde, R. McCheyne Peterson e George Turner foram tomados por um tremendo peso de oração por este encontro. Durante 21 dias e 21 noites antecedentes esses homens se derramaram diante de Deus por um mover do Espírito.
No encontro John Hyde falou por apenas 20 minutos, mas suas palavras de quebrantamento causaram um enorme impacto, produzindo um devastador peso em diversas vidas. Vários obreiros foram tomados por uma impactante confrontação do Espírito e lançaram-se horas a fio de clamor.
“John não jejuava no sentido normal da palavra, implorava-se para que ele viesse comer, ele olhava e sorria: ‘Não estou com forme. Não!’ Havia uma fome consumindo a sua própria alma, e somente a oração poderia sacia-lo. Diante da fome espiritual, a natural desaparecia. Ele estava sendo consumido por uma agonia em favor de salvação de almas. Naqueles dias parecia que nunca perdia a visão dos homens perdidos no lugar onde morava. Ele gemia dizendo: ‘Pai dê-me estas almas, senão eu morro!’
Durante este tempo ele firmou uma aliança com Deus. Era pela conversão de uma alma por dia, não menos. Não meros interessados, para pessoas prontas para confessar a Cristo e ser batizada em seu nome. Ele voltou para seu distrito e não ficou desapontado. Eram noites de vigílias, jejum, dor, viagens e conflitos, mas coroadas pela vitória. No primeiro ano ele colheu 400 pessoas firmes em Cristo.
Ele ficou satisfeito com isto? Não. Ele dizia que não podia estar satisfeito se seu Senhor não estava. Mais um ano e foram mais 800 pessoas fiéis a Cristo. Então ele pediu ao Senhor quatro almas por dia. No dia em que isto não acontecia, de noite havia um peso imenso em seu coração, sendo-lhe impossível comer e dormir. Então em oração ele pedia ao Senhor para lhe mostrar que obstáculo na sua vida estava impedindo de mais pessoas converterem-se a Cristo”.
Quando chegou à Inglaterra ele foi visitar alguns amigos no País de Gales. Enquanto estava lá, soube que dois servos do Senhor estavam realizando uma campanha evangelística em Shrewsbury. Ele foi à cidade e alugou um quarto por uma semana, ficando enclausurado em oração e jejum pela cidade e pelos pregadores que estavam lá. Naqueles encontros o Senhor fez maravilhas.
“Ó Jerusalém, sobre os teus muros pus guardas, que todo o dia e toda a noite jamais se calarão; ó vós, os que fazeis lembrar ao SENHOR, não haja descanso em vós, Nem deis a ele descanso, até que confirme, e até que ponha a Jerusalém por louvor na terra”
. Isaías 62: 6-7
Há alguns que sabem que Deus os tem escolhido e ordenado como guardas. Há alguns que vivem tanto tempo em intimidade com Deus que ouvem a sua voz e recebem ordens diretamente Dele, que têm privilégio de cuidar, juntamente com o Senhor, dos assuntos de seu Reino. John Hyde era um desses. 

Divórcio e segundo casamento - vídeo em 10mim


domingo, 15 de fevereiro de 2015

O dia D - mensagem em vídeo aos jovens


Salva a ti mesmo pregador! Conselhos de Charles Finney

Pregador, Salva a Ti Mesmo 

"Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres, porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes." I Tm 4.16 

Não vou pregar a pregadores, mas apenas sugerir algumas condições sob as quais poderão apossar-se da salvação prometida nesse texto.
1. Cuida em ser constrangido pelo amor a pregar o evangelho, como o foi Cristo a providenciar um evangelho.
2. Cuida em ter o revestimento especial de poder do alto, pelo batismo do Espírito Santo.
3. Cuida em ler a vocação, não apenas da cabeça, mas do coração, para empreenderes a pregação do evangelho. Com isso quero dizer: sê cordial e intensamente inclinado a buscar a salvação de almas como a grande missão da tua vida; e não empreendas aquilo a que teu coração não te impelir.
4. Mantém constantemente a comunhão íntima com Deus.
5. Faze da Bíblia o teu Livro dos livros. Estuda-a muito, de joelhos, esperando iluminação divina.
6. Acautela-te de depender dos comentários. Consulta-os quando convier: porém julga por ti mesmo. à luz do Espírito Santo.
7. Guarda-te puro -- em propósito, em pensamento, em sentimento, em palavras e em ações.
8. Contempla a culpa dos pecadores e o perigo que correm, para que se intensifique teu zelo pela sua salvação.
9. Também pondera profundamente e demora-te diante do infinito amor e compaixão de Cristo por eles. 10. Ama-os de tal modo a estares pronto a morrer por eles.
11. Dedica os esforços da tua mente ao estudo de meios e modos de salvá-los. Faze disso o grande e intensivo estudo da tua vida.
12. Recusa-te a ser desviado dessa obra. Guarda-te contra toda tentação que arrefeça teu interesse nela. 13. Crê na afirmação de Cristo, de que ele está contigo nessa obra sempre e em todo lugar, para dar-te todo o auxílio necessário.
14. "O que ganha almas é sábio": e "se algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e nada lhes impropera: e ser-lhe-á concedida. Peça-a, porém, com fé". Lembra-te, portanto, que tens a obrigação de possuir a sabedoria que ganhará almas para Cristo.
15. Sendo chamado por Deus para a obra, faze dessa tua vocação o argumento constante junto a Deus, para dele obteres tudo que precisares para a execução da obra.
16. Sê diligente e laborioso, "a tempo e fora de tempo".
17. Conversa muito com todas as classes dos teus ouvintes sobre a questão da salvação, a fim de compreenderes suas opiniões, erros e necessidades. Verifica seus preconceitos, sua ignorância, seu humor, seus hábitos e tudo mais que precisares saber a fim de adaptares tua instrução às suas necessidades.
18. Cuida em que teus próprios hábitos sejam corretos em todo sentido; que sejas temperado em todas as cousas: livre da mancha ou odor do fumo, do álcool, das drogas, de tudo que terias motivo para envergonhar-te e que sirva de tropeço a outros.
19. Não sejas "de mente leviana," antes "põe o Senhor continuamente diante de
ti".
20. Controla bem tua língua e não te dês a conversas frívolas e sem proveito.
21. Deixa sempre que o povo observe que o tratas com a mais absoluta seriedade tanto no púlpito como fora dele: e não permitas que o convívio diário com as pessoas neutralize tua mensagem no domingo.
22. Resolve "nada saber" entre teu povo "senão a Jesus e este crucificado": e deixa claro que, na qualidade de embaixador de Cristo, teus negócios com eles dizem respeito inteiramente é salvação da alma.
23. Tem cuidado de ensiná-los não só por preceito mas também pelo exemplo. Pratica tu mesmo o que pregas.
24. Tem cuidado especial no relacionamento com o sexo feminino, a fim de jamais levantares pensamento ou desconfiança da menor impureza em ti mesmo.
25. Vigia os teus pontos fracos. Se fores por natureza dado a jovialidade e brincadeiras, vigia ocasiões de falha nesse setor.
26. Se fores por natureza carrancudo e insociável, vigia contra o mau humor e a insociabilidade.
27. Evita toda a afetação e fingimento. Sê aquilo que professas ser, e não serás tentado a "fazer de conta". 28. Que a simplicidade, a sinceridade e a correção cristã, assinalem toda a tua vida.
29. Passa muito tempo, diariamente pela manhã e à noite, em oração e comunhão direta com Deus. Isso te trará poder para a salvação. Não há erudição nem estudo que compense a perda dessa comunhão. Se deixares de manter comunhão com Deus, "te enfraquecerás e serás como qualquer outro homem".
30. Acautela-te do erro que afirma não haver participação do homem na regeneração nem, por conseguinte, ligação entre esta participação e o resultado final, ou seja, a regeneração da alma.
31. Compreende que a regeneração é uma transformação também moral e, portanto, voluntária.
32. Compreende que o evangelho se destina a transformar o coração dos homens, e, apresentando-o sabiamente, podes contar com a cooperação eficiente do Espírito Santo.
33. Na escolha e no tratamento dos textos para teus sermões, procura sempre a orientação direta do Espírito Santo.
34. Que todos os teus sermões sejam do coração e não apenas da cabeça.
35. Prega à base da experiência, e não por ouvires dizer, nem apenas pela leitura e estudo.
36. Apresenta sempre o assunto que o Espírito Santo põe no teu coração para a ocasião. Lança mão dos pontos que o Espírito apresentar à tua mente, e apresenta-os tão diretamente quanto possível à congregação.
37. Entrega-te à oração sempre que fores pregar, e vai do aposento para o púlpito com o gemidos íntimos do Espírito procurando expressão nos teus lábios.
38. A tua mente deve estar plenamente imbuída do assunto, de maneira que este esteja procurando expressão: abre a boca e deixa as palavras saírem como torrente.
39. Vê que não esteja sobre ti o "temor do homem que arma um laço". Deixa o povo compreender que temes muito a Deus para temê-los.
40. Não deixes nunca que a tua popularidade com o povo tenha influência sobre a tua pregação.
41. Não deixes nunca que a questão de salário te detenha de "declarar todo o conselho de Deus", "quer ouçam quer deixem de ouvir".
42. Não contemporizes, para não acontecer perderes a confiança do povo e assim falhares em salvá-los. Eles não poderão respeitar-te integralmente como embaixador de Cristo, se perceberem que te falta coragem para cumprires o teu dever.
43. Cuida em te "recomendar à consciência de todo homem, na presença de Deus".
44. Não sejas "cobiçoso de torpe ganância".
45. Evita toda aparência de vaidade.
46. Inspira o respeito do povo pela tua sinceridade e sabedoria espiritual.
47. Não deixes hem de longe que imaginem que possas ser influenciado na pregação por questões de salário maior, menor ou nenhum.
48. Não dês a impressão de que aprecias uma boa mesa e gostas de ser convidado para jantar; pois isso será um laço para ti e uma pedra de tropeço para eles.
49. Subjuga o teu corpo, para que, tendo pregado o outros, não venhas tu mesmo a ser desqualificado.
50. Vela pelas almas, como quem deve prestar contas a Deus.
51. Sê diligente no estudo, e instrui cabalmente o povo em tudo que é essencial à salvação.
52. Jamais bajules os ricos.
53. Sê particularmente atencioso às necessidades e à instrução dos pobres.
54. Não te deixes levar à transigência com o pecado pelo suborno de festas beneficientes.
55. Não te deixes tratar publicamente como mendigo, pois do contrário virás a merecer o desprezo de larga classe dos teus ouvintes.
56. Repele toda tentativa de fechares a boca a tudo quanto for extravagante, errado ou prejudicial entre o teu povo.
57. Mantém a tua integridade e independência pastorais, para não cauterizar a consciência, apagar o Espírito Santo e perder a confiança do povo e o favor de Deus.
58. Sê o exemplo do rebanho: permite que a tua vida ilustre o teu ensino. Lembra-te de que as tuas ações e espírito ensinarão com ainda maior ênfase do que os teus sermões.
59. Se pregas que os homens devem servir a Deus e ao próximo por amor, cuida em fazer o mesmo e evita tudo que possa dar a impressão de que trabalhas por salário.
60. Serve ao povo com amor e anima-os a retribuir, não com o equivalente em dinheiro, mas com a retribuição do amor, que proporcionará refrigério tanto a ti como a eles.
61. Repele toda proposta para angariar fundos para ti ou para o trabalho da igreja junto a homens mundanos, embora sejam solícitos.
62. Repele as festas e reuniões sociais dispersivas, principalmente nas épocas mais favoráveis a esforços unidos para a conversão de almas a Cristo. Podes estar certo de que o diabo procurará desviar-te nessa direção. Quando estiveres orando e planejando um avivamento da obra de Deus, alguns mundanos da igreja te convidarão a uma festa. Não vás, pois se fores, terás uma série de festas, que virão anular as tuas orações.
63. Não te deixes enganar: o teu poder espiritual perante o povo nunca crescerá pela aceitação de tais convites em tais épocas. Se a ocasião é boa para festas, porque o povo está folgado, também é boa para reuniões religiosas, e tua influência deve ser aplicada para atrair o povo à casa de Deus. 64. Cuida em conhecer pessoalmente e viver diariamente a pessoa de Cristo

Ponto de visto por Jeferson Rangel

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