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O perigo é outro |
Um pouco de fermento leveda toda a massa |
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Jeferson Rangel |
20/10/2017 |
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O
pior dos perigos na vida cristã
Quando se fala em perigos na vida cristã,
perigos que podem atravessar o caminho do cristão, quase que de imediato os
primeiros pensamentos que surgem são: prostituição, bebidas, cigarros, noites,
dinheiro, mágoas, ódio, traição, desânimo e poderíamos citar mais alguns
motivos reais.
No entanto, como tudo isto está relacionado à
sede do homem que é o coração, podemos concluir que precisamos tomar cuidado
com o que aprendemos. Porque aquilo que
aprendemos é o que nos motiva para a vida.
Jesus não ficou preocupado com os discípulos
se eles iam beber, fumar, ou qualquer comportamento do tipo.
Mais Jesus tinha medo de uma armadilha muito
mais perigosa, uma arma muito mais potente: o ensino dos fariseus.
Sim, isso porque as palavras movem as pessoas
para o bem ou para o mal, um ensino tem poder para matar ou para dar vida, tem
o poder para levar a Cristo ou para levar às trevas.
Uma pessoa bem instruída nas Escrituras é bem
guardada. É auto-protegida posso assim dizer, porque a palavra de Deus é viva e
eficaz. Lâmpada para nossos pés e luz para nosso caminho. Andamos seguros.
Os
benefícios da instrução
Filipenses
4:12 - Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em
todas as coisas estou instruído,
tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer
necessidade.
É notório que Paulo superava qualquer
adversidade de sua caminhada devido às instruções de Deus sobre sua vida.
Certamente muitos foram os momentos que afligiram o corpo e a alma deste homem,
no entanto, estar instruído corretamente em Deus, o tornou forte diante dessas
lutas, e consistente diante das adversidades.
I
Tessalonicenses 4:9 - Quanto, porém, ao amor fraternal, não necessitais de que
vos escreva, visto que vós mesmos estais
instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros.
Observe as palavras de Paulo: O amor entre os
irmãos não é um capricho que nós devemos escolher se queremos amar ou não. Não
é uma sugestão amar ou não. Ou ainda só vou amar aqueles que eu quiser amar ou
me simpatizar.
É uma instrução Divina que o amor entre os
cristãos deve ser real e não fingido.
Milhares são os que freqüentam igreja juntos
mais não se falam, não rogam uns pelos outros, vivem em grupos, facções,
desarmonia, unidos pelo corpo físico e separados pelo sentimento. E isso por
quê? Porque não há nesses lugares instrução. Os líderes são os primeiros que
não vivem tal ensino. Assim sendo, não há como esperar de uma congregação a
unidade do corpo sem uma instrução correta.
II
Timóteo 3:16-17 - Toda a Escritura é
divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para
corrigir, para instruir em justiça.
Para que o homem de Deus seja perfeito,
e perfeitamente instruído para toda a boa obra.
Paulo quando escreve ao seu filho na fé
Timóteo, o alerta quanto aos perigos que ele enfrentaria: tempos trabalhosos.
No entanto, Timóteo teria uma ferramenta poderosa para combater esse mal: As
Escrituras.
Ela é poderosa para instruir em todas as
coisas, para que o homem seja perfeitamente apto para toda boa obra.
A decadência moral e espiritual que vemos em
nossos dias nos supostos cristãos, é proveniente da falta de instrução bíblica
em todos os campos da vida humana. Quando não há quem ensine, cada um faz
aquilo que parecer bem aos seus próprios olhos.
Certamente as coisas irão de mal a pior,
diariamente pessoas são vencidas pelo pecado, não possuem uma consistência na
caminhada, são inseguras quanto à salvação, inseguras quanto ao relacionamento
com Deus.
A
quadrilha de mestres
Balaão, Jezabel, fariseus e saduceus, a
quadrilha da morte.
Nomes que são lembrados como ícones para a
perversão dos ouvintes.
Rapidamente cada um deles:
Balaão:
Um profeta do Antigo Testamento. Sua história pode ser resumida no texto de
Apocalipse 2.14, que segue logo abaixo.
II
Pedro 2:15 - Os quais, deixando o caminho direito, erraram seguindo o caminho
de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça.
Judas
1:11 - Ai deles! porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo
engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Coré.
Apocalipse
2:14 - Mas algumas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem
a doutrina de Balaão, o qual ensinava
Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para que comessem dos
sacrifícios da idolatria, e se prostituíssem.
Logo podemos ver que três cartas citam o
profeta, e em todas elas, Balaão é lembrado como um perigo ao Reino de Deus.
Balaão já estava na sepultura, mais suas ações, os propósitos do seu coração,
foram “incorporadas” em mestres que sondavam a igreja de Cristo.
Como ele não podia amaldiçoar Israel (a mando
do rei Balaque), com os olhos no prêmio que o rei prometeu, ele ensina que
amaldiçoar não daria, pois foi Deus quem abençoou Israel, mais havia uma
estratégia que poderia dar certo:
Números
31:15-16 - E Moisés disse-lhes: Deixastes viver todas as mulheres? Eis que
estas foram as que, por conselho de
Balaão, deram ocasião aos filhos de Israel de transgredir contra o SENHOR
no caso de Peor; por isso houve aquela praga entre a congregação do SENHOR.
Balaão é o exemplo real, daqueles que se
vendem, pervertem o evangelho, e arruínam a igreja de Cristo com olhos na
avareza.
Jezabel.
Mulher
do Rei Acabe. Conhecida por ser uma mulher má.
Apocalipse
2:20 - Mas tenho contra ti que toleras Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos, para que se
prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria.
Novamente alguém que já morreu é lembrado por
suas iniqüidades.
Havia alguém dentro da Igreja de Tiatira, que
possuía o mesmo espírito que agia em Jezabel nos tempos dos reis.
Era uma mulher perversa, idólatra. Que agia
com malícia. Dela se diz:
I
Reis 21:25 - Porém ninguém fora como Acabe, que se vendera para fazer o que era
mau aos olhos do SENHOR; porque Jezabel,
sua mulher, o incitava.
Importante observar que o governo de ensino
dessas pessoas é o mesmo. O espírito que habita e governa essas pessoas é
maligno, mais eles estão entre nós!
Fariseus
e saduceus
Os fariseus e
saduceus eram dois partidos religiosos que interpretavam a Lei de Deus de forma
diferente. Os fariseus eram judeus zelosos, com muitas
regras, e os saduceus eram sacerdotes que tentavam incorporar idéias gregas no
judaísmo. Jesus reprovou das práticas tanto dos fariseus como dos saduceus.
Os fariseus eram um grupo de judeus muito religiosos, que se
dedicavam a obedecer toda a Lei de Deus e a interpretar corretamente as
Escrituras (o que chamamos hoje de Velho Testamento). Eles
também seguiam muitas tradições orais. Os fariseus acreditavam que para agradar
a Deus cada pessoa tinha de obedecer fielmente a todas as regras das Escrituras
e da tradição.
Os fariseus eram bem vistos pelo povo judeu
por seu zelo em obedecer a Deus e porque não comprometiam seus valores para
agradar outros. Os fariseus formaram as sinagogas, que foram o modelo para as
igrejas atuais, para ensinar a Palavra de Deus ao povo. Eles acreditavam na
ressurreição e aguardavam a vinda de um Salvador de Israel.
Jesus condenou os
fariseus por sua hipocrisia. Eles faziam muitas coisas só para
manter as aparências e davam mais atenção à tradição oral que à Palavra de
Deus. Muitos caíram no legalismo:
obedecer a todas as regras se tornou mais importante que um coração sincero e
arrependido. Jesus também
condenou seu desprezo e sua falta de compaixão por todos que não conseguiam
seguir seu alto padrão de vida.
Os saduceus eram uma elite religiosa de sacerdotes. Eles
controlavam tudo que acontecia no Templo e tinham grande influência política. O
poder dos saduceus vinha de sua preocupação em manter boas relações com os
invasores romanos.
Para os saduceus, só os primeiros cinco
livros do Velho Testamento (conhecidos como a Torá ou o Pentateuco) tinham
autoridade divina. Eles não focavam tanto em todas as regras dos fariseus e
acreditavam que podiam incorporar ideais gregos no judaísmo. Os saduceus não se davam bem com os fariseus.
Jesus condenou os
saduceus porque não acreditavam na ressurreição. Eles
também ignoravam o mundo espiritual e muitas vezes se preocupavam mais com o
poder político que com a obediência a Deus. Quando o Templo foi destruído os
saduceus deixaram de existir.
Jesus, sempre preocupado com a vida
espiritual de seus discípulos, os alertava quanto ao ensino vindo dessas
classes religiosas:
Mateus
16:12: "Compreenderam, então, que não lhes dissera que se guardassem do
fermento dos pães, mas que se acautelassem da doutrina dos fariseus e
saduceus."
Essas são as palavras do Nosso Senhor. Uma
advertência aos seus discípulos quanto aos ensinos dos fariseus e saduceus, que
foram comparados ao fermento. Que mesmo que seja em pouca quantidade, se for
ingerido, pode estragar todo o conteúdo já ensinado por Cristo.
É muito claro o poder de destruição dos
falsos ensinos. E Jesus sabia disso.
Podemos aprender com os fariseus e saduceus
evitando seus erros. Os dois grupos caíram em extremos. Os
saduceus reduziram sua religião ao minimalismo, uma fachada religiosa para
obter poder político. Os fariseus exageraram nas regras, se esquecendo do que é
mais importante. Os dois grupos se afastaram de Deus e tinham
prioridades erradas. Eles também não tinham a humildade para aceitar
que podiam estar errados. Quando Jesus os repreendeu, em vez de se arrependerem
os dois grupos se uniram para o matar!
Quando Paulo foi levantado por Deus, como
pregador do evangelho, jamais deturpou os ensinos do Mestre, pelo contrário,
sempre com muito zelo, se dedicou em pregar o evangelho com sinceridade:
2Coríntios
2:17: "Ao contrário de muitos
pregadores, não somos mercenários da Palavra de Deus, mas anunciamos a Cristo
com sinceridade, da parte de Deus e na sua presença."
2Coríntios
4:2: "Pelo contrário, rejeitamos
os procedimentos secretos e vergonhosos; não fazemos uso de qualquer tipo de
engano, nem torcemos a Palavra de
Deus. Mas, por meio do claro ensino
público da verdade, recomendamo-nos à consciência de todas as pessoas,
perante a Deus."
É notório que o maior perigo que nos cerca
são os ensinos. São eles que movem nossos passos, que criam nossas crenças, que
regem nossos comportamentos.
Se olharmos com atenção, no início de tudo,
foi a serpente com seu ensino que persuadiu Eva a desobedecer a Deus, que
acabou levando Adão a cometer também a desobediência.
A isso Paulo fez menção aos Coríntios:
II
Corintios 11:3 - Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de
alguma sorte corrompidos os vossos
sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.
Por isso buscamos o perfeito ensino. Rogamos
à Deus pela revelação da palavra. Sujeitamos nossas vontades ao Senhor, para
este fim:
Efésios
4:14: O objetivo é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para o outro pelas ondas teológicas, nem jogados para cá e
para lá por todo vento de doutrina e
pela malícia de certas pessoas que induzem os incautos ao erro.
Prestem
atenção: Induzem os incautos (ingênuos), ao erro!
Conclusão.
O maior dos perigos na vida cristã sem
dúvidas são as heresias. Ensinos que pervertem a graça de Deus, e levam
milhares ao engano.
Enquanto muitos estão ensinando que a
santificação vem pelo externo, outros usando o autoritarismo, alguns usando os
movimentos como base de culto, milhares não se firmam na fé, são vencidos pela
carne, desanimam na caminhada e se decepcionam a cada dia com a igreja dos nossos
dias.
Sigamos firmes no alimento puro sem fermento.
Deus nos ajude...
Jeferson Rangel.