O homem não é feito para questionar, mas para adorar. Edward Young
Adoração – Um ato de
gratidão unido ao sentimento de amor à Deus.
Adoração:
Culto,
honra, reverência e homenagem prestados a poderes superiores, sejam
seres humanos, anjos ou Deus.
É importante saber o que
propriamente significa adoração para nós cristãos, visto que de
uma maneira em geral, adorar para muitos consiste em cantar, dançar,
erguer as mãos, chorar e no termo neo-pentecostal “ser
extravagante”, que consiste em agir de maneira muita das vezes sem
coerência e sem sentido algum, apenas para demonstrar uma “piedade”
diante dos homens.
Se adoração consistisse apenas em
se apresentar a Deus com danças e cantorias, teríamos que abrir mão
de muitos princípios fundamentais da fé cristã. E diante de uma
adoração que consiste muito mais em ordenanças humanas e
manipulação de homens para homens, iremos hoje apresentar diante
das Escrituras, o que consiste adorar a Deus.
A adoração apresentada nas
Escrituras.
Na Bíblia há quatro etapas de
desenvolvimento da adoração a Deus. a) Os patriarcas adoravam
construindo altares e oferecendo sacrifícios (Gn 12.7-8; 13.4). b)
Em seguida veio a adoração no Tabernáculo e no Templo, com um
sistema completo de sacrifícios. c) A adoração nas sinagogas
começou durante o cativeiro. d) Da adoração cristã fazem parte
pregação (At 20.7), leitura das Escrituras (1Tm 4.13), oração
(1Tm 2.8), louvor (Ef 5.19) e ofertas (1Co 16.1-2), além de batismos
(At 2.37-41) e da ceia do Senhor (1Co 11.23-29).
Iremos nos apegar ao modelo de
adoração apresentada por Cristo quando esse estava com a mulher
samaritana:
João
4:23-24 - Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros
adoradores adorarão o Pai em espírito
e em verdade;
porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e
importa que os que o adoram
o adorem em espírito e em verdade.
Antes
de entrarmos nos versículos acima, convém antes olharmos para uma
questão muito importante: O
engano do coração e os erros que nos cercam.
Olharemos para os seguintes textos:
Jeremias 17:9 - Enganoso é o
coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?
Isaías 55:8-9 - Porque os meus
pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos
os meus caminhos, diz o SENHOR. Porque assim como os céus são mais
altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que
os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos
pensamentos.
I Timóteo 4:1-2 - MAS o
Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão
alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas
de demônios. Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo
cauterizada a sua própria consciência.
Diante desses versículos não é
seguro pautarmos uma verdade em algo enganoso. A adoração ao Senhor
deve ser pautada em algo sólido, em uma base que não haja engano, e
essa é a palavra de Deus.
Com
isso, muitas pessoas se reúnem para “adorar” a Deus baseadas em
princípios meramente humanos, onde o coração e o pensamento dos
homens que predominam, formando assim uma adoração sem valores
espirituais. Veremos
os tipos de adoração falsa:
-
Adoração com lábios, mas não de coração. Esse
é um tipo natural de adoração. É aplicado aos milhares que lotam
os templos quase que diariamente. Aqueles que confessam ser crentes,
andam cantando pelas ruas, cantando pelos corredores do trabalho e
por onde
andam, mais
com um agravante: Não praticam a palavra de Deus. São participantes
do sistema caído, dos ensinamentos anti-bíblicos que novelas e
mídia ensinam, vivem pela justiça própria e negam a justiça que
vem de Deus. Confessam a Deus com os lábios, mas o desonram com as
obras. Essa adoração pode ter uma aparência impecável, como se o
povo estivesse chegando a Deus, assentando diante dele como o povo
verdadeiro de Deus, ouvindo as palavras de Deus, mas por fim, o
coração segue o pecado
A esses, as Escrituras já faziam
menção:
Ezequiel 33:31 - E eles vêm a ti, como o povo costumava vir, e se
assentam diante de ti, como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas
não as põem por obra; pois lisonjeiam com a sua boca, mas o seu
coração segue a sua avareza.
Mateus 15:7-9 - Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo:
Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus
lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me
adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.
Ler também Isaias 1. 10-17. Ler também Amós 5. 21-23.
Uma adoração que não traga obediência em nossos corações não
deve ser gloriada, mais sim aquela que exalta a soberania de Deus, e
nossa constante obediência:
Jeremias 9:23-24 - Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na
sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o
rico nas suas riquezas. Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me
entender e me conhecer, que eu sou o SENHOR, que faço beneficência,
juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o
SENHOR.
-
Adoração com a lei, mais não com o espírito.
Os Fariseus eram religiosos que faziam tudo pela lei com a esperança
sincera de deixar a Deus o mais alegre possível. Socialmente eram
bem aceitos. Religiosamente também. A cerimônia era exatamente
conforme a lei que Deus estipulava mas, era uma adoração falsa.
Deixaram o espírito da lei desfeito (Mat. 23:15,23). Por sinal,
quando a Verdade passava por perto, os que adoravam por meio da letra
da lei, zangavam-se. No fim da historia, crucificaram a Verdade, para
que pudessem continuar em adoração pela lei (Mat. 26:57-68; 27:1).
Não podemos classificar uma adoração verdadeira aquela que
aborrece A Verdade.
- Existe adoração com sacrifício, mas não com
obediência.
O Rei Saul foi instruído para que
destruísse completamente os Amalequitas. Tudo, homem, mulher,
crianças e animais deviam ser destruídos. Nada deveria ser
perdoado. O Rei Saul foi a cidade e feriu-a mas tomou o Rei Agague,
rei dos Amalequitas, vivo, como também o melhor das ovelhas e das
vacas, e também as de segunda ordem. Quando Samuel encontrou-se com
o Rei Saul na volta da campanha de guerra, Samuel perguntou-o se a
palavra do Senhor foi obedecida. O Rei Saul disse que sim. Mas os
balidos das ovelhas e o mugido das vacas veio aos ouvidos de Samuel.
Saul explicou que estas foram poupados porque podiam ser oferecidas
ao SENHOR, em Gilgal. Samuel explicou que essa é uma adoração
falsa, pois o obedecer é melhor que o sacrificar, e o atender melhor
que a gordura dos carneiros (I Sam 15:3,8-9,14,21-22). As ações do
Rei Saul tinham o aval do público. Todos estavam contentes por terem
o estômago cheio, e, também tinham agora as riquezas dos
Amalequitas. Humilhar o rei pagão era gostoso, mas, apesar do grau
de aceitação humana da ação, deve se levar em conta o fato de que
só a obediência completa aos olhos de Deus, é adoração
verdadeira.
- Existe
adoração com intenção pura mas que não vale como adoração
verdadeira.
Saulo de Tarso tinha a melhor das intenções na
destruição dos crentes, mas era uma adoração falsa (Atos 22:1-5;
Fil. 3:4-6). Quando o Rei Davi quis trazer de volta a arca da
promessa, ele tinha intenções puras. Ele e todo o povo de Deus
estavam empenhados em fazer o que achavam correto segundo Deus.
Tinham a intenção de levar a arca da terra dos inimigos sujos e
pagãos à terra de Deus. Sendo assim não fizeram da maneira correta
e Deus ministrou morte entre eles, por misturarem a sabedoria humana
em meio a adoração e, pensarem que era agradável a Ele (II Sam
6:1-8). Deve ser a mesma coisa entre os religiosos em Mateus 7:15-23.
Na adoração verdadeira, a intenção não é o que vale mais, mas,
a obediência em amor.
Para se chegar ao padrão bíblico
de verdadeira adoração convém lembrar as duas naturezas do homem:
O Espírito do Homem
Natural
O homem natural (I Cor
2:14; 15:46), o primeiro Adão (I Cor 15:45); o que quer dizer: o
pecador não salvo, não pode adorar o Senhor verdadeiramente. Ele
está morto espiritualmente. Quando Deus falou a Adão e a Eva no
Jardim do Éden, "certamente morreis" (Gên. 2:7), ao
comerem do fruto proibido, morreriam espiritualmente (Gên. 3:6; Efés
2:1; I Cor 2:14). Agora o filho natural de Adão é filho da
desobediência (Efés 2:2), é inimigo de Deus (Rom 8:7), separado de
Deus (Isa 59:1,2) e com entendimento limitado (I Cor 2:14). Não há
nada que venha naturalmente do pecador e que pode agradar a Deus (Jer
13:23; Rom 8:8; João 3:3-6; 15:5). O primeiro Adão é terreno, uma
alma vivente e só (I Cor 15:45-47). Ele vive segundo a sua natureza
pecaminosa, o que a Bíblia determina como "o homem velho"
que se corrompe pelas concupiscências (Efés 4:22; I João 2:16; Rom
6:6). Isso quer dizer que aquilo que o homem natural faz segundo o
seu coração enganoso (Jer 17:9) é gerada pelas suas
concupiscências, e por essas, é corrompido. Mesmo na esfera da
religião pois não habita bem algum na carne (Rom 7:18). O homem
natural, não salvo, pode vestir-se com a religião e moralizar as
suas ações, mas, mesmo assim, por não ser espiritual, não agrada
a Deus de nenhuma maneira (Mat. 7:21-23; Luc 6:46; 11:39-44; João
4:22; Atos 17:22-24; Rom 8:8, "não podem agradar a Deus").
O Espírito do Homem
Novo
O homem espiritual (I Cor 2:15;
15:46) é feito espiritual pelo último Adão, Cristo (I Cor 15:45).
O último Adão, é do céu e é espirito vivificante (I Cor
14:45-47). Este novo homem feito espiritual é o pecador salvo. Este
pode adorar o Senhor verdadeiramente. Este homem novo é adotado pela
família de Deus, torna-se filho de Deus (Gal 4:5; I João 3:1,2),
amigo (João 15:15) e deixa de estar separado de Deus (Efés 2:14).
Este novo homem passa a ter entendimento espiritual (I Cor 2:15). É
espiritualmente vivo (João 3:16; 10:28; Efés 2:1) e não peca (I
João 5:18). Todas essas bênçãos espirituais nos lugares
celestiais se dão por Jesus Cristo (Efés 1:3; João 3:16). O
Espírito de Deus reside no corpo do novo homen (I Cor 6:19; II Cor
6:16) e faz com que o novo homen seja agradável perante Deus por
Jesus Cristo (Efés 1:6). O cristão, vivificado espiritualmente, é
chamado por novo homem (Efés 4:24) ou homem interior (Rom 7:22).
Esse novo homem é criado por Deus em verdadeira justiça e santidade
(Efés 4:24; Col 3:10). O novo homem, o cristão, o homem interior,
tem prazer na lei de Deus (Rom 8:22) e anseia ser obediente pois é
feito conforme a imagem de Cristo que foi obediente em tudo (Rom
8:29; João 17:4; Fil. 2:8). Este novo homem é evidenciado pelos
desejos e ações da santidade. O fruto da santidade será visto no
crente pelo Espírito Santo, através de Jesus Cristo e é
proveniente da nova natureza dada por Deus (Gal 5:22; Efés 4:24). O
fruto da santidade não se une ao que é imundo (Sal 97:10; 119:104;
Prov 8:13) por obediência a Palavra de Deus (Efés 2:8-10). Existe a
adoração verdadeira pela vida separada do mundo e em obediência à
Palavra de Deus.
Entendendo essa doutrina, podemos
então conhecer melhor as palavras de Cristo, em espírito e em
verdade: Para podermos adorar a Deus verdadeiramente temos que estar
"em espírito", movidos e feito por aquela nova natureza
nascida de Deus no crente. Isto seria visto naquele que é separado
do mundo e obediente à Palavra de Deus. A adoração movida pelas
emoções da carne e pelas maneiras e métodos de culto inventados
pelo homem, mesmo que sejam dirigidas a Deus, são vãs e não
aceitas por Deus, pois não são dEle. O que Deus aceita é feito por
Ele e evidenciado pela santidade, silêncio, temor e por uma
crescente obediência (Sal 97:10; Hab. 2:20; Mat. 7:21; Rom 8:27;
Fil. 1:6; 2:13).
A Necessidade da
Verdade
O homem sempre precisa
ter um equilíbrio. Por ele ter as duas naturezas, é preciso ser
sempre lembrada a influência que a natureza pecaminosa pode exercer
no crente. Por isso há tantos versículos na Bíblia sobre a
necessidade do Cristão ser vigilante e sóbrio (I Tess 5:6; I Ped
5:8) despertado do sono (Rom 13:11-14) e ser espiritual (Mat. 26:41;
Gal 5:16,17,24-26; Efés 5:14-21). Também, por ter um inimigo
astuto, cheio de ardís (Gên. 3:1; II Cor 2:10,11; Apoc 12:9)
incansável (I Ped 5:8) que arma lutas espirituais contra nós (Efés
6:11) precisamos de um alicerce forte no qual podemos nos
estabelecer. A Palavra de Deus é o equilíbrio que o Cristão
precisa. Ela é a verdade (João 17:17), mui firme (II Ped 1:19) viva
e eficaz (Heb 4:12) em meio a mentira e o engano sagaz que opera ao
nosso redor (Heb 12:1). Ela nos aperfeiçoa para a defesa (Efés
6:13-17) e resistência (I Ped 5:9) contra as astutas ciladas do
diabo e o engano do nosso próprio coração (Sal 119:130; I Tim
3:16,17). São provados os espíritos pela verdade (I João 4:3; I
Tim 4:1) e não por nossos pensamentos manipuláveis ou emoções
enganadoras. De fato, a Bíblia é a única regra de fé e ordem para
o crente e isso também vale para a adoração. Tendo a adoração
verdadeira - em espírito e em verdade - o Cristão pode adorar
durante um dilúvio, peregrinação no deserto, na fornalha, na cova
dos leões, em prisões ou exilado em uma ilha. Não é necessário
microfones, música talentosa, cerimônia, sorridentes, ambiente
agradável, uniformes ou prédios lindos. É necessário estarmos em
Cristo e Ele em nós é isso se evidencia em uma vida obediente.
A
Maior Verdade - Cristo
Cristo é a Verdade (João
14:6). O que Deus produz pelo Seu Espírito traz à lembrança o que
Cristo ensinou (João 14:26) e testifica de Cristo (João 15:26). A
adoração verdadeira nunca pode agir contrariamente aos ensinamentos
de Cristo ou exemplificar outra vida se não a de Cristo. Se Cristo é
a verdade, tudo que agrada a Deus deve estar em conformidade a Ele
pois o Pai se compraz no Filho (Mat. 3:17 ; 17:5).
A Espiritualidade deve
ter Obediência
Excluir a obediência da
Palavra de Deus (Cristo) seria uma abominação para Deus Quem
queremos adorar (Luc 6:46). Substituir as Escrituras Sagradas por
algo diferente também é uma abominação (Mar 7:7; Tito 1:14). Há
uma multiplicidade de atrativos para afastar o Cristão de uma
adoração verdadeira. Há fabulas ou genealogias intermináveis (I
Tim 1:4; 4:7) ofertas vás, incenso, observação de luas novas e
sábados (Isa 1:13,14). Mas tudo isso tende a adicionar algo à
Palavra de Deus em vez de seguir a sua pureza (Prov 30:5). Não
devemos melhorar a verdade (Deut 12:32; Apoc 22:18,19), devemos só
observá-la. Uma sensível atenção, um estudo constante, uma
meditação contínua em conjunto com uma obediência temente à
verdade, a Palavra de Deus, é essencial para uma adoração
verdadeira. Não podemos separar a adoração espiritual da adoração
prática (obediência). O próprio Espírito Santo é chamado
Espírito da verdade (João 14:17; 15:26; 16:13) que nos aponta a
Cristo que era perfeitamente espiritual e mostrou a Sua
espiritualidade pela Sua obediência (Fil. 2:8; João 14:11). É
certo que podemos ser menos espirituais que Cristo mas de nenhum
jeito podemos ser tão espirituais para que a obediência à verdade
torne-se desnecessária.
A Obediência deve ser
Espiritual
Pode haver obediência sem
espiritualidade. Aqueles que crucificaram a Cristo cumpriram a
Palavra de Deus completamente mas, mesmo sendo obedientes, não
operaram com o desejo de adorar ao Senhor (Atos 2:21,22; 4:27,28). Os
demônios crêem na verdade mas tampouco adoram ao Senhor segundo a
operação do Espírito Santo (Tiago 2:19). Os Fariseus obedeceram a
lei a risca mas não entraram no reino de Deus (Mat. 5:20). Pelo
estudo feito podemos entender bem melhor que o que Deus deseja,
adoração em espirito e em verdade, é algo que não pode ser
produzido pelo homem, mas por Deus. É produzida pelo Espírito de
Deus na vida do Cristão que vive segundo à Sua Palavra em amor.
Conclusão:
Nem toda música que diz ser
evangélica pode ser considerada uma música de adoração. Se sua
letra for contra a verdade bíblica, então, nossa adoração tem
sido falsa. É importante observarmos as letras de nossos hinos para
não acreditar em qualquer um que chega “adorando a Deus”.
O adoremos em espírito (nova vida)
e em verdade (na obediência à Cristo).
Preparado e editado por:
Pr Jeferson Rangel.
Blog: prjefersonrangel.blogspot.com
Bibliografia:
Pastor Calvin G. Gardner -
Adoração verdadeira.
Dicionário Biblia Hábil.
Biblia Sagrada.
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