terça-feira, 22 de maio de 2018

Aprender é melhor do que ensinar - devocional


Mateus 28:19-20 - Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.

Aprender é mais importante do que ensinar.
Por Jeferson Rangel.

Parece lógico, não é? Aprender sem dúvida é mais importante do que ensinar, afinal, só podemos ensinar aquilo que sabemos por via daquilo que aprendemos.
Mesmo parecendo lógico, não é o cenário que contemplamos no Reino de Deus, e isso podemos testificar com a variedade e com o múltiplo ensino sobre Deus nas redes sociais e na televisão.
Julgo que Cristo primeiro escolheu seus discípulos e os ensinou para depois enviá-los a pregar o evangelho. Primeiro aprenderam a serem servos, para depois passarem a ensinar sobre o Reino de Deus.
Ninguém começa os estudos logo na faculdade, todos nós, primeiro, passamos pelos primeiros passos do ensino, que é a alfabetização.
A meu ver, a confusão que vivemos hoje, a dificuldade em definir o que é o Reino de Deus, quem é Jesus, o que é ser um cristão, provém daqueles que ser quer foram alfabetizados na fé, mais logo foram lançados aos púlpitos e palcos para se falar de um Deus que nem mesmo eles conheceram.
Falam daquilo que acham, daquilo que pensam, e daquilo que ouviram de outros que também não foram alfabetizados na escola de Cristo, que é aprender a ser servo.
Vejo hoje, pessoas surgindo do nada, artistas que “se convertem” e logo estão ensinando e falando um monte de besteiras por aí, levando milhões a repetirem suas besteiras, e isso porque ambos não querem passar tempo aprendendo.
O texto em epígrafe é claro: Ide e fazei discípulos. Fazer discípulos não é da noite para o dia. Requer um sentimento mútuo da parte de quem ensina e daquele que se converteu ao Senhor. Leva tempo, há desgaste, há conflitos, há períodos de oração, há necessidade de ensinar o novo convertido que o Reino de Deus consiste em servir e não ser servido.
A ordem de Cristo foi explícita: Fazei discípulos e ensinar todas as coisas que vos tenho dito. Em resumo: Leve adiante tudo que ensinei a vocês nesses três anos, tudo que vocês aprenderam comigo na prática.
Veja a preocupação dos apóstolos em substituir Judas Iscariotes, quanto àquele que assumiria o lugar dele:
Atos 1:21-22 - É necessário, pois, que, dos homens que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós. Começando desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição.
Não podia ser qualquer um daqueles 120 que ali estavam reunidos, teria que ser alguém que estivesse andado com Jesus desde o dia que se manifestou até o dia da ressurreição.
Talvez alguns digam: Paulo foi chamado por Deus e logo saiu pregando o evangelho. Mais não atentam que primeiro, passou alguns anos em oculto, em secreto com Deus, aprendendo, orando, sendo aperfeiçoado para depois Deus permitir o mesmo a falar de Cristo:
Gálatas 1:18 - Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro, e fiquei com ele quinze dias.
Após sua conversão, Paulo passou três anos na Arábia, consagrando sua vida ao Senhor.
Fico triste, quando vejo líderes que nem ao menos sabem ler, liderando rebanho, e aqui não estou dizendo que Deus não possa capacitá-lo, ou fazer desse irmão (ã) um instrumento em seu Reino, mais não posso aceitar que um líder que não tem a capacidade de leitura, seja colocado diante um povo que nada sabe do Reino de Deus.
Como alguém que não conhece as Escrituras, que depende de uma pessoa para ensiná-la, vai crescer na fé tendo um líder que não conhece as Escrituras?
Poderia estender aqui, uma enorme lista de passagens acerca da instrução de Paulo sobre quem deveria estar na frente do rebanho e os requisitos necessários.
Querido leitor, aprender é mais importante que ensinar.
No entanto, acredito que o inverso ocorre devido a glória deste mundo. As pessoas gostam de fama, aplausos, reconhecimento. Sejamos francos, você não acha a igreja de nossos dias um tanto moderna? Um tanto pomposa? Você não acha os cantores e pregadores de nossos dias um tanto “show-man”?
Acompanho alguns pelo Instagram, e confesso, fico um tanto decepcionado ao ver como usurpam da fé alheia, usurpam do sacrifício de Cristo para suas próprias paixões. Preços absurdos e condições absurdas para subirem nos púlpitos e palcos do mundo, como se fossem artistas renomados do mundo secular.
E por falta de conhecimento das Escrituras, e por não haver em seu auditório pessoas que se preocupam em conhecer a Deus pelas Escrituras, acabam aceitando esses que se denominavam salvos para realização dos “seus cultos”.
Quero terminar essa reflexão com a uma perguntar retórica, reflexiva: Estamos mais dispostos a aprender do que a ensinar? Louvo a Deus, sem demagogia ou vaidade, que não temos desejo por púlpitos e glória humana. Louvo a Deus, que nossa comunidade cristã, tem a consciência que devemos ser servos uns dos outros. E louvo a Deus também, e principalmente por isso: que somos falhos, imperfeitos, considerando o próximo superior a nós mesmos, e assim, podemos aprender uns com os outros. Louvo a Deus, que nosso líder, reconhece que erra, e que sua palavra , ou melhor, aquilo que prega, pode conter erros, e assim pode ser corrigido por qualquer um irmão ou irmã que possua conhecimento das Escrituras.
Deus nos ajude, nesses dias tão confusos, a nos preocupar em aprender primeiro para depois ensinar.
Em Cristo,
Jeferson Rangel

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Ponto de vista por Jeferson Rangel

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