sábado, 26 de setembro de 2015

Reflexão - Mudança do nosso temperamento e caráter

Eu nasci assim e vou morrer assim...
É comum ouvirmos essa frase, e de certa forma muitos acreditam que deve ser desse jeito ou não há possibilidade de ser diferente.
Mais as coisas não são exatamente assim quando conhecemos o evangelho De Cristo.
As Escrituras testificam que Deus por meio de Seu Filho Jesus pode sim transformar qualquer ser humano por pior que este seja.
O milagre do novo nascimento é uma doutrina ensinada por Jesus e vivida pela igreja primitiva.
Paulo ensinou que os frutos do Espirito Santo são: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.
Sendo assim, qualquer pessoa que estiver em Cristo Jesus e permitir viver uma vida pela ação do Espirito Santo, pode ter seu temperamento mudado, seu caráter mudado e nunca mais ser a pessoa má que era antes.
Se você quer mudança...Jesus tem para nos oferecer.
Graça e paz.
Pr Jeferson Rangel.

domingo, 13 de setembro de 2015

Pensamentos de mentes reformadas

Pensamentos:

Amanhã é o dia quando os preguiçosos trabalharão e os tolos se arrependerão. Amanhã é o hoje de Satanás; ele não dá a mínima atenção a quais boas resoluções você tome, se apenas você se determine a deixá-las para amanhã. (J F Brown)

1. Como na conversão, o discipulado consiste em seguir a Pessoa de Jesus – não um sistema, nem qualquer organização, nem um conjunto de ensinamentos ou qualquer outra pessoa, mas um Homem somente: O Senhor Jesus. (Stephen Kaung)
2. Um homem pecador para de orar, um homem de oração para de pecar (Leonard Ravanehill)
3. A única maneira de recuperarmos nossas perdas espirituais consiste em voltarmos à origem das mesmas e proceder às correções necessárias, como a verdade exige que façamos. A causa de nossos problemas está no declínio do conhecimento do que é santo. Uma redescoberta da majestade de Deus nos conduzirá pelo caminho de cura. (A W Tozer)
4. O remédio para as distrações é o mesmo agora como era nos tempos primitivos e simples, a saber, oração, meditação e cultivação da vida interior. O salmista disse: Aquietai-vos e sabei que Eu Sou Deus, e Cristo nos chama a entrar no nosso quarto, fechar a porta e orar ao Pai. Isto ainda funciona. (A. W. Tozer)
5. Confessar que você estava equivocado ontem, é tão somente reconhecer que você está um pouco mais sábio hoje. (C H Spurgeon)
6. Um dia morri para mim mesmo, para minhas opiniões, preferências, gosto e vontade. Morri para o mundo, sua aprovação ou censura. Morri para a aprovação e repreensão até mesmo dos meus irmãos e amigos. E desde então, tenho procurado apresentar-me aprovado apenas diante de Deus.(George Muller)
7. Há muita gente embriagada com as glórias humanas, é uma multidão de viciados em honrarias que precisa desesperadamente da vacina eficiente da cruz. No reino de Deus não há lugar para estes expedientes que visam exaltar as personalidades. (Glenio Paranaguá)
8. Há pó suficiente sobre algumas de suas Bíblias para escrever “condenação” com seus próprios dedos. (C H Spurgeon)
9. É a falta da oração em secreto a causa da fraqueza da vida cristã para resistir o mundo. É a negligência da manutenção dessa vida oculta, arraigada em Cristo, fixada e assentada em amor, que explica o fracasso na produção abundante de fruto. Somente a restauração da comunhão íntima com Deus pode mudar a vida do crente. (Andrew Murray)
10. Os homens que movem o mundo são os que não se deixam mover pelo mundo. (Dwight L. Moody)
11. Os cientistas perderam Deus de vista, em meio às maravilhas da criação; mas os cristãos correm o perigo de perder Deus de vista em meio às maravilhas da sua Palavra. Podemos esquecer que Deus é uma pessoa, e que, por isso, devemos cultivar nossa comunhão com Ele. Encontrar-se com o Senhor, e mesmo assim continuar a buscá-lo, é o paradoxo da alma que ama a Deus (A W Tozer)
12. No tribunal de Cristo, o julgamento será para verificar quanto do nosso eu restou em nós. O Senhor verá se fomos purificados. Por meios dos sofrimentos, o Senhor nos julga hoje para que naquele dia não sejamos julgados. (Dong Yu Lan)
13. A oração é a igreja dizendo a Deus: ‘Senhor, nós queremos a Tua vontade’. A Oração é a igreja conhecendo o coração de Deus e abrindo a sua boca para pedir aquilo que está no coração de Deus. Se a igreja não fizer isto, ela não terá utilidade na terra. (Watchman Nee)
14. A única razão pela qual toleramos ídolos mortos é porque, embora não possam nos socorrer, também não podem nos causar danos nem nos convencer do pecado. (Francis Frangipane)
15. É a nossa vontade que Deus quer desmontar, pois é ela que representa o nosso eu. (Watchman Nee)
16. Passe muito tempo, diariamente pela manhã e à noite, em oração e comunhão direta com Deus. Não há conhecimento que compense a perda dessa comunhão. Se falhares nisto te enfraquecerás e serás como qualquer outro homem. (Charles G. Finney)
17. É fácil aprender a doutrina do avivamento pessoal e da vida vitoriosa; é coisa completamente diversa tomar a nossa cruz e afadigar-nos na escalada do sombrio e áspero morro da renúncia. Aqui muitos são chamados, poucos escolhidos. (A W Tozer )
18. Se você tiver o segredo de morrer com Cristo, você não terá de aborrecer a mente sobre como viver a vida cristã. (Lance Lambert)
19. Quanto a mim, continuarei a defender o antigo evangelho, não posso fazer outra coisa. Se Deus me ajudar, suportarei as conseqüências do que os homens julgam ser obstinação. (C. H. Spurgeon)
Fonte: http://www.reieterno.com.br/

domingo, 28 de junho de 2015

Nossa vida como oferta ao Senhor - estudo

Nossa vida como oferta ao Senhor

Romanos 12:1-3
ROGO-VOS, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.
Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.
 
Introdução

"Ó Deus, glorifica-Te a Ti mesmo à minha custa. Envia-me a conta - qualquer que for, Senhor. Eu não estabe­leço o preço. Não tentarei voltar atrás nem barganhar. Glorifica a Ti mesmo. Eu arcarei com as conseqüências".A.W. Tozer

Vidas entregues a Deus. Pessoas que sintam falta e busquem a Deus. Almas que não suportam ficar longe de Deus. Vidas que estejam fora do raio de ação deste mundo com suas seduções e armadilhas. É urgente nos colocarmos nessa fileira. Nos posicionarmos e não permitir que os que estejam à nossa volta nos tire dela.
Nossa pregação é muito debilitada hoje, por se basear mais em pensamentos emprestados das mentes de pessoas mortas do que na inspiração do nosso Senhor. Livros são bons quando nos servem de guias, mas são péssimos quando se transformam em correntes. (Leonard Ravenhill).

As palavras desse homem de Deus refletem a mais dura e triste realidade de nossos dias: Homens que se tornaram repetidores de palavras, vazios, secos e sem poder do Espírito Santo. A maior urgência e necessidade de nossos dias é saber que precisamos ser guiados e sustentados pela palavra de Deus vindas de homens vivos que tenham vida com o Deus Vivo. Vivemos em um século mau, e precisamos ser admoestados por homens de Deus que tenham isso em mente e no seu coração.
Por que as palavras do apóstolo Paulo falam até hoje? Uma parte de sua carta aos Gálatas nos responde: Gálatas 1:11-12 Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.
Essa é a diferença. Receber e aprender pela revelação de Deus, pelo Seu Espírito que habita em nós, quando isso ocorre passamos a ser marcados pela vida de Deus e então passamos a influenciar vidas para o Reino de Deus.
Se não acordamos para a necessidade de termos uma vida cristã marcada pelo céu, amanhã poderá ser tarde demais. Quanto temos pensado em nosso relacionamento com O Eterno? Quanto temos pensado em nossa vida como O Eterno? Ainda existe em nós constrangimento por estarmos tão longe de sua vontade?
Cl 2:2-3 “Para que os seus corações sejam animados, estando unidos em amor, e enriquecidos da plenitude do entendimento para o pleno conhecimento do mistério de Deus - Cristo, no qual estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.”

Precisamos literalmente buscar por Deus. Esse mundo físico em que vivemos ele esconde a Deus, e quando o “mostra”, o faz de maneira indiferente, impura, duvidosa e humana. Olhe esse texto:
Lucas 17:26-30
E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem.
Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos.
Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam;
Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos.
Assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar.

Igreja do Senhor, seremos consumidos pelo ardor da ira divina como foram esses? Nos deixaremos ser levados pela falsa piedade? Continuaremos caminhando em nossa própria justiça e não a que vem de Deus? Permitiremos ser seduzidos pelo engano das riquezas e os cuidados deste mundo sufocando a semente em nosso coração? Que não seja assim.
Jesus disse que os homens permitiriam a semente (Sua palavra) ser sufocada no coração, tornando-a infrutífera devido as coisas deste mundo material:
Mateus 13:22
E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera. É importante observar que a semente continua no coração, porém, sufocada, infrutífera, produzindo frutos com imperfeição.

Precisamos investir neste Reino. Buscar limpar a semente em nosso coração e aprofundar em conhecer o Pai, O Seu Filho, a ação do Espírito Santo na vida da igreja. Jesus disse em Mateus 13:44 - Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo.
Esse homem comprou o campo porque viu que o investimento era lucrativo, era certo o retorno, e faria um grande negócio! A venda do que ele possuía era de muito menor valor do que aquele campo ofereceria. Precisamos abrir mão da nossa vida no mundo e investir nesse campo chamado Reino dos céus!
A importância de fazermos votos. Embora esse termo possa parecer legalista, antiquado, homens das Escrituras faziam votos:

Eclesiastes 5:4-7
Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o.
Melhor é que não votes do que votares e não cumprires.
Não consintas que a tua boca faça pecar a tua carne, nem digas diante do anjo que foi erro; por que razão se iraria Deus contra a tua voz, e destruiria a obra das tuas mãos?
Porque, como na multidão dos sonhos há vaidades, assim também nas muitas palavras; mas tu teme a Deus.

Encontramos mais de 60 referencias acerca de votos no AT. E duas no NT de irmãos que faziam votos diante do Senhor. Embora muitos de nós fuja de votos por medo de não cumpri-los, precisamos nos prender a esta responsabilidade. Ela nos levará a um crescimento espiritual. Será nossa rampa para decolarmos aos céus. À presença do Altíssimo. E o texto lido nos chama a essa responsabilidade. Vamos ao texto.
A súplica de Paulo:
ROGO-VOS, pois, irmãos, pela compaixão de Deus – Um grito de necessidade.
Que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus- Sua vida em oferta de sacrifício.
Que é o vosso culto racional – O sentido de culto que Paulo apresenta.
E não sede conformados com este mundo – Este mundo jaz no maligno. Não se conforme com ele.
Mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento – Esteja em constante mudança pelo evangelho em vós aplicado.
Para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus – Apenas por esses meios estaremos confirmados por Deus quanto à Sua Vontade.
Pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um – A medida de fé depositada em seu coração, moverá seu espírito a praticar os ensinos do Senhor.

Conclusão.

Precisamos de cristãos vivos. Não uma réplica falsa de outros. Que se tornaram repetidores de seus ensinos, vida e biografias.
Precisamos de vidas marcadas por relacionamento com O Deus Vivo. Seja hoje em nós essa verdade, e nos apresentemos diante do Senhor como um sacrifício vivo, santo e agradável diante de Deus, sem se importar ou pesar pelas coisas que para trás ficam.

Busquemos os tesouros escondidos no Senhor.

Pr Jeferson Rangel

domingo, 12 de abril de 2015

O REAL SENTIDO DO EVANGELHO

Graça e paz.

O momento que temos passado no evangelho sempre existiu, porém, em menor proporção de alcance.
Em tempos passados, não havia internet, televisão, comunicação rápida de informações.
Em parte, essa evolução é boa, é eficaz, porém, em contrapartida, temos um detalhe a observar: As coisas ruins acabam sendo disseminadas também na mesma velocidade.
Paulo pelo Espirito Santo disse que viriam tempos de apostasia (recuo da verdadeira fé), falsos mestres, doutrinas de demônios ensinadas por espíritos enganadores. E esse dias estão entre nós. Estamos dentro dele.
A única maneira de não sermos condenados com o mundo e com esses que espalham suas doutrinas demoníacas é o total apego às Escrituras. Se faz extremamente necessário, continuamente viver como os cristãos de Beréia, escutar de bom grado e examinar em nossos lares se realmente é assim que se procede com Deus.
Mais somente ocorre esse procedimento em cristãos que:
1- Se importa em viver de acordo com as Escrituras.
2- Se importa em ter uma vida de testemunho diante de Deus e dos homens.
3- Se importa em crescer na graça e no conhecimento de Cristo Jesus Nosso Senhor.
4- Se importa em aprender e ensinar o próximo quanto o evangelho de Jesus Cristo.
5- Se importa em lutar pelo Reino de Deus.

Quem não se importa, acaba achando até chato essas observâncias. Como se não fosse necessário, ou importante se preocupar com essas coisas.
Para muitos, e digo que para a maioria, o mais importante tem sido buscar a benção. Buscar a resolução dos problemas, buscar a vitória financeira, vitória matrimonial, vitória sobre as enfermidades,e por aí vai.
Mais estamos errados se pensamos assim. O real sentido do evangelho não é o ter e sim o ser.
O ser uma nova criatura, ser alguém gerado pela água e pelo Espírito, ser alguém que em Cristo anda em novidade de vida, e se inclina para a vontade de Deus e não para a própria. 
O problema do mundo está muito além apenas da fome, miséria, desastres naturais, prostituição, drogas e outros problemas. O maior problema que o mundo enfrenta é a ira de Deus contra este mundo. Um problema invisível aos olhos do mundo, mais para aqueles que conhecem a Deus e a sua vontade, sabem que Deus está irado com este mundo, com todos aqueles que rejeitam Seu Filho (João 3:36 - Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.)
A essência do Evangelho está em O Filho de Deus veio para reconciliar os homens por meio do Seu sacrifício. Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, na qual, eu faço parte.
Precisamos tocar a trombeta da volta de Cristo. É preciso despertar essa nação que dorme com essas mensagens malignas, sedutoras, carregadas do mundo. 
Esse dever é nosso, não apenas dos líderes, que Deus permite pregar mais do que outros, cada um deve chamar seu irmão ao arrependimento, andar com ele por meio da fé, despertar um ao outro!

Que esta simples mensagem, possa arder em seu coração o desejo de viver o real sentido do evangelho, e levar outros a compreender o real sentido do evangelho.

Em Cristo,
Pr Jeferson Rangel

quinta-feira, 19 de março de 2015

Devocional - mulheres

Mulheres, de que reino somos ??


“Enganosa é a beleza e vã a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa sim será louvada” (Prov. 31:30)
Queridas irmãs,
Senti o desejo de compartilhar com vocês uma palavra que me falou muito forte há alguns dias e creio que vá gerar edificação às suas vidas. Leiam, primeiro, o Livro do profeta Daniel, capítulos 1° ao 6°.
Daniel foi um profeta que engrandeceu o nome do Senhor em terra estranha. Ele foi levado cativo quando a Babilônia escravizou a Israel. Deus permitiu tudo isso para disciplinar a Israel, pois havia pecado, mas também para que o Seu poder e a Sua justiça e os Seus valores fossem conhecidos aquele povo pagão, os babilônios, e aos impérios que se seguiram após. Daniel vivia na Babilônia, um reino idólatra, feiticeiro, místico, mas nunca perdeu a noção de que não pertencia àquele reino. Nunca se deixou contaminar pelos padrões, valores e regras daquele povo. Nunca aderiu aos seus costumes.
A firmeza de Daniel e de seus companheiros os levaram à fornalha, à cova dos leões, mas também engrandeceu o nome do Senhor naquela terra estranha. Os reis da época, que eram as pessoas mais poderosas do mundo, reconheceram e proclamaram que só há um Deus, o Deus de Daniel, Mesaque, Sadraque e Abdnego: o Deus de Israel. (Aleluia!!).
Somos, como Daniel, peregrinos em terra estranha. Esse reino, o reino do mundo, que tem como príncipe o diabo, tem os seus valores, as suas regras, os seus padrões. A todo instante somos bombardeadas por isso. O mundo no qual vivemos, mas ao qual não pertencemos, estabelece que as mulheres devem ser independentes, donas da própria vida, devem se realizar fora do lar, devem seguir a última moda, devem gastar muito tempo e dinheiro investindo na sua aparência exterior, mas sem o mesmo investimento na beleza interior.
As pessoas desse século vivem ansiosas, preocupadas com o amanhã, são ambiciosas, cheias de si mesmas, não suportam ouvir o não, são arrogantes, ciumentas, competidoras, ingratas, maldizentes, complexadas. Cada dia mais vivem ocupadas com os seus afazeres, projetos, de modo que gastam o mínimo, ou nada mesmo, de tempo para investirem e conhecerem o Senhor e cumprir a sua vontade. Os filhos são ‘criados’ nesse turbilhão de valores errados e desde pequenos aprendem a ser ansiosos, inquietos, despreocupados com a sua condição espiritual, absorvem os complexos e copiam rapidamente as manias e sentimentos errados de seus pais almáticos (que vivem pela alma e não pelo espírito).
Não estou falando apenas de mundo, estou falando de como esse padrão pode nos contaminar e nos levar a ser ‘meias-mulheres-de-Deus’. Os valores do Senhor para nós é de mulheres com espírito manso e quieto, submissas e tranqüilas, firmes e amantes dos princípios de Deus, equilibradas emocionalmente, mulheres que vivem e são guiadas pelo Espírito e não pela alma. Mulheres de oração, que não fazem nada sem orar, sem se submeter, sem conselho. Deus quer de nós simplicidade e fé. Deus quer mulheres que paguem o preço de criar os filhos para Ele. Deus quer mulheres que sejam ajudadoras idôneas dos seus maridos e não pesos emocionais, maus exemplos e causadoras de preocupação. E como ser tudo isso????
1. Primeiro, depender do Senhor para tudo, para tudo mesmo. Ter revelação do “sem mim nada podeis fazer”.
2. Também é amar os princípios, os mandamentos de Deus. Ser firme, constante e sempre abundante no Senhor. Amar a Deus sem amar à sua Palavra é puro sentimento da alma, sentimentalismo.
3. Despojar-se do velho homem, ou melhor, da velha mulher, com todos os seus pecados, hábitos, manias, valores e sentimentos. Para isso precisamos estar abertas a ação do Espírito Santo que virá diretamente sobre nós, mas também a Palavra do Senhor vem por outras pessoas. Nisso entra o ser conhecido e deixar se conhecer. A igreja é edificada pela igreja. Logo, a atitude de isolamento ou camuflagem é fruto de uma alma ainda não sujeita. É preciso também conhecer, ter revelação do que pertence ao reino de Deus e do que pertence ao mundo, caso contrário, corremos o risco de conservarmos em nós hábitos, valores mundanos considerando-os normais. “Sonda-me, ó Deus, conhece o meu coração, vê se há em mim algum caminho mal e guia-me pelo caminho eterno.”
4. Revestir-se do novo homem, pois não basta só tirar o velho. Temos que ter revelação de quem é este novo homem. A Bíblia diz que segundo Deus ele é gerado e que ele tem a semente divina e natureza de Deus. Esse novo homem possui valores de Deus e rejeita os valores do mundo. A nova mulher, que segundo Deus é gerada, não pode ser como a velha, mas também não pode ser em parte uma nova mulher e em parte a velha. Em outras palavras, não podemos nos revestir do novo homem em alguns aspectos e em outros conservar os valores, os hábitos do velho homem. Precisamos conhecer os valores de Deus!!! Precisamos conhecer Deus!!! A Palavra é água que limpa e purifica!!!!
5. Outro ponto importante é nos libertarmos do governo da alma. O mundo hoje fabrica mulheres confusas, depressivas, ansiosas, murmuradoras. A mulher é ensinada desde pequena a ser o centro, a comandar, a ter. E para isso se utiliza , muitas vezes, da sua capacidade de ser mais descontrolada emocionalmente do que o homem. Em outras palavras, quando as coisas não estão do jeito que quer, parte para a chantagem, o emocionalismo, a depressão, a murmuração, o nervosismo.
Os valores de Deus impõem às mulheres de Deus que reconheçam a sua posição, que sejam mansas, quietas e que mesmo diante das adversidades da vida mantenham o equilíbrio emocional. Muitas mulheres um dia acordam felizes e noutro acordam tristes, sem motivo, pelo menos aparente. Isso é uma manifestação típica de quem é guiado pela alma, isto é a inconstância. A Bíblia diz que esta pessoa, de coração vulnerável será inconstante em todos os seus caminhos e que não alcançará qualquer coisa de Deus (Tg. 1: 7-8).
Devemos filtrar, também, com o filtro da sabedoria do Senhor, as informações veiculadas hoje em todos os meios de comunicação a respeito desse comportamento das mulheres, tudo atribuído aos hormônios. É verdade que somos uma caixa de hormônios que atuam em nosso organismo diariamente. Mas Deus nos fez assim e por certo não iria nos criar dessa maneira para ser impossível vivermos uma vida na dimensão do Espírito. A TPM, a menopausa afetam o nosso emocional, pois os hormônios que agem em nós nesses períodos nos causam cansaço, fadiga, irritabilidade, sensação de inchaço, dor de cabeça, insônia, etc… mas, não devemos nos esquecer que somos guiadas pelo Espírito e podemos sujeitar a nossa carne ao governo do Espírito. Se as mulheres desse mundo são desequilibradas e insuportáveis nesses períodos, que sejam.
Nós, filhas de Deus, não, pois podemos pedir o controle do Espírito, vigiar a nossa carne e nos cuidarmos melhor. Em outras palavras, não deixemos a carne extravasar as suas obras por causa dos hormônios. Deus é maior que tudo isso. Os médicos hoje têm tratado algumas manifestações da alma como doenças da carne. Não são. São doenças da alma e são curadas com arrependimento e mudança de atitude, morte do ‘eu’ e sujeição, compromisso e comunhão constante com Deus. A Palavra de Deus é espada penetrante e capaz de promover a divisão da alma e espírito, como uma espada pode dividir as juntas e medulas de um corpo. Para a ansiedade, a Bíblia diz ‘não estejais ansiosos por coisa alguma’ e ‘sem fé é impossível agradar a Deus’; para a tristeza, diz que ‘a alegria do senhor é a nossa força’; para o coração ferido e magoado diz que o perdão é uma ordem e que ‘como Cristo vos perdoou, também deveis perdoar’; para o pecado retido diz ‘andai na luz’; para o cansaço diz ‘a minha graça te basta’ e ‘aqueles que esperam no Senhor renovarão as suas forças’; para as noites sem sono, a Palavra nos lembra que os grandes homens de Deus gastavam as suas noites em oração e podemos lembrar daquele antigo hino que diz ‘madrugada, foge o sono, e é tão bom saber que estás aqui, Senhor’; para o nervosismo e a irritabilidade, diz que ‘a ira do homem não produz a justiça de Deus’ e há o convite do doce Senhor Jesus para aprendermos a sermos mansos e humildes como Ele.
Esse tratamento é infalível, pois é feito pelo médico dos médicos, mas só pode ser realizado em quem já morreu para o mundo e para si mesmo. Lembremos que a Bíblia chama o diabo de ‘o inimigo de vossas almas’, logo, vigiemos, pois a todo momento ele lança dardos inflamados contra a nossa alma, pois sabe que somos mais vulneráveis nesse aspecto, por sermos mais emocionais que os homens. Toda vez que nos sentirmos tentadas a entrar na alma, devemos fazer como o salmista Davi: volta alma ao seu descanso e repousa no Senhor.
As mulheres de Deus não são almáticas ou almíferas, são cheias do Espírito Santo, contentes, alegres, fervorosas, cheias de Palavra do Senhor, sempre dispostas a ensinar as mais novas a amarem os seus maridos e filhos e a serem santas no Senhor. Penso muito em Maria, mãe de Jesus quando em carne. Havia muitas mulheres da tribo de Judá e muitas da casa de Davi, mas Maria foi a escolhida.
Fico observando certas coisas que a Bíblia relata e pensando numa mulher enfrentando um casamento com uma gravidez já iniciada, não planejada, fico pensando numa mulher com um barrigão de nove meses viajando pelo deserto em cima de um jumento e parindo, sem qualquer anestesia ou analgésico, num estábulo, colocando o bebezinho no local onde os animais se alimentavam (!!!!). Não consigo imaginar Maria levantando pela manhã e reclamando por ter que acordar à noite para alimentar ou trocar Jesus ou se queixando de lavar as roupas de José, cheias de poeira da carpintaria, numa época em que não existia OMO nem MINERVA. A Bíblia diz que esta mulher retinha tudo em seu coração, que procurava aprender com tudo isso e que se sujeitou a Jesus e reconheceu o Seu senhorio. Realmente como esta deveria haver poucas ou nenhuma na casa de Davi.
6. Outro ponto importante é a exacerbada preocupação com a aparência exterior. Os valores do mundo impõem um padrão de beleza, de aparência física. A moda muda a todo instante e as pessoas só são bem aceitas e tratadas se seguirem esse padrão. As mulheres, geralmente, se vestem para competir com as outras, gastam muito tempo e dinheiro cuidando do corpo para não se sentirem inferiores às demais. Muitas vezes quando descobrem que não são tão belas quanto o mundo estabeleceu que fossem, entram em depressão. Isso não vem de Deus.
Os valores de Deus para nós, suas filhas, ditam que devemos estar sempre bem apresentáveis, mas com simplicidade, dentro de nossas condições financeiras e no limite da normalidade. Não é pecado comprarmos uma roupa nova, desejarmos ficar mais bonitinhas ou usar aquele creminho anti-rugas. O pecado está naquilo que nos move a cuidar de nosso exterior e se nos ocupamos mais disso do que em desenvolvermos um espírito manso e quieto que é agradável a Deus. Quantas vezes já ouvimos mulheres que se isolam e não vão a lugar algum por falta de roupa!!! E quantas vezes isso se manifesta no meio da igreja!!! Lembremos que os sepulcros caiados são belos por fora e podres por dentro. Outro perigo desse valor mundano é que ele nos conduz ao consumismo, no desejo de possuir, de ter, na concupiscência dos olhos. O pior é que os filhos assim criados aprendem desde cedo a cultivar esses valores mundanos que suas mães insistem em viver.
7. Não podemos também esquecer que as mulheres que seguem os valores da babilônia de hoje não se realizam com o seu papel de dona-de-casa, esposa e mãe. Invejam e sonham com uma carreira profissional e em ter o seu próprio dinheiro e administrá-lo como bem entender. Rejeitam todo trabalho de casa ou se têm que fazer é debaixo de muita murmuração. Não é pecado a mulher trabalhar e ajudar no orçamento doméstico (desde que não comprometa o seu tempo com os filhos, casa e marido), mas pode se transformar num grave pecado quando ela é movida por rejeição ao seu papel ou quando negligencia o seu papel. Quantos filhos são criados pela escola, tv, parentes e babás!!! Devemos ter muito cuidado com isso.
Vivemos num país assolado por crises financeiras e desemprego. Muitas vezes há um desequilíbrio financeiro no próprio lar gerado por má administração das finanças ou por viver um padrão além do que se pode. Não é fácil um homem sustentar uma família sozinho e ajuda da mulher é sempre bem vinda. Quantas irmãs estão saindo de casa para trabalhar, sacrificando a criação dos seus filhos!!! Podemos ajudar sem sair de casa ou tendo atividades compatíveis com o nosso papel. Podemos ajudar sendo mulheres mais econômicas. Podemos ajudar não sendo consumistas, vivendo um padrão de vida simples, dentro de nossas condições. Sobretudo, temos que ter fé no Senhor que supre a nossa necessidade, não o nosso desejo de ter. Conheço mulheres que para se dedicarem à criação de seus filhos passaram muito tempo sem comprar roupa, sapato, esqueceram-se da moda, mantendo a sua beleza em simplicidade, contentes com o que tinham, pois sabiam que estavam fazendo a vontade de Deus, dedicando-se na criação de seus filhos. Hoje colhem os frutos. Não pensem que aquela que investiu pouco terá a mesma colheita da que não investiu. Deus nos deu a revelação e vai nos julgar por ela: a quem muito for dado, muito será cobrado.
8. Todavia, mesmo sem sair de casa para trabalhar ou estudar as mulheres de hoje são negligentes no seu papel. E isso pode ser um valor presente subtilmente nas mulheres cristãs. Às vezes a mulher se enche de tantas atividades que não sobra tempo ou quase nada para estar com os filhos, ensinarem a Palavra, brincarem com eles. Temos que ter cuidado com isso. Precisamos pedir sabedoria a Deus para sermos boas donas de casas, desempenharmos todas as nossas atividades inclusive com a igreja e sermos mães presentes. Vemos crianças no nosso meio que não conhecem a Palavra, ou só superficialmente, não sabem a história dos homens e profetas de Deus e dos apóstolos e mártires da fé, porque não têm ensino em casa, ou não têm um ensino constante, porque muitas vezes os pais, e aqui nos interessa falar às mães, estão tão ocupadas, que quase não sobra tempo para investir nos filhos. Se não sabemos ser práticas, peçamos ajuda, conselhos. A ausência na presença é tão danosa quanto a ausência na ausência.
Por fim, Daniel e seus amigos por não se contaminarem com os valores e regras da Babilônia foram à fornalha e à cova dos leões, além de adquirirem inimigos invejosos ao longo de suas vidas. Estejamos dispostas a perder, a sermos para este mundo mulheres incapazes, antiquadas, ultrapassadas. Até lá na fornalha ou na cova dos leões Ele está presente. Deus não livrou Daniel da cova dos leões, nem livrou seus amigos da fornalha, mas os livrou na cova e na fornalha. Que bom não sermos deste mundo, que bom termos valores celestiais!! Que o Senhor nos faça mulheres santas, cidadãs do reino dos céus. Amém.

Fonte: Site O Rei Eterno http://www.reieterno.com.br/

Andrew Murray - A vida em Cristo

A prática de nossa união com Cristo


Ele é o Cristo encarnado, em quem vemos como a onipotência de Deus uniu com perfeição as naturezas divina e humana. Vivendo nele, participamos da natureza divina e da vida eterna.
Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo. (II Pe 1:4)
Ele é o Cristo obediente, vivendo uma vida de inteira submissão a Deus, e de perfeita dependência dele. Vivendo em Cristo, nossa vida torna-se inteiramente sujeita à vontade de Deus, esperando ininterruptamente sua orientação.
Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas. (I Pe 1:2)
Ele é o Cristo crucificado, que morreu para o pecado e por causa do pecado, a fim de vencer o pecado. Vivendo nele, estamos livres da maldição e do domínio do pecado e vivemos, como ele, mortos para o mundo e para a nossa própria vontade.
Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça. (Rom 6: 6,18)
Ele é o Cristo ressuscitado, que vive para sempre. Vivendo nele, compartilhamos seu poder de ressurreição e andamos em novidade de vida, uma vida que triunfou sobre o pecado e a morte.
De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição; Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos. (Rom. 6: 4-5,8)
Ele é o Cristo exaltado, que está assentado no trono e executa sua obra para a salvação da humanidade. Vivendo nele, somos possuídos por seu amor e entregamo-nos a ele, a fim de que nos use para conquistar o mundo de volta para Deus.
E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém. (Mt. 28: 18-20)
Estar em Cristo, permanecer nele, significa que fomos colocados pelo próprio Deus no meio do ambiente maravilhoso da vida de Cristo, ao mesmo tempo humano e divino, numa total entrega a Deus, em obediência e sacrifício, cheios de Deus em vida restauradora e em glória. A natureza e o caráter de Jesus – sua autoridade, amor, poder e glória – são os elementos nos quais vivemos, o ar que respiramos e a vida na qual nossa vida existe e se desenvolve.
Esta manifestação de Deus em nos não pode vir de outra maneira. Jesus, como homem, se aproximou do Pai com profunda humildade e dependência, numa entrega total e numa obediência absoluta. Precisamos tomar, perante Deus, o mesmo lugar que Cristo tomou em seu caminho para a vitória e a glória.
Sintetizado de Andrew Murray (1828-1917)

segunda-feira, 2 de março de 2015

Devocional - O perigo da morte espiritual

O perigo da morte espiritual


Eu tenho uma PALAVRA DE VIVIFICAÇÃO para todos os crentes verdadeiros, em cujas mãos este tratado possa cair.
Caro leitor, eu confio no que posso dizer de você, que você ama o Senhor Jesus Cristo em sinceridade. Saiba então que eu quero que você seja uma luz brilhante e brilhe para aqueles que o rodeiam.
Eu quero que você seja uma epístola tão simples de Cristo para que todos possam ler algo de Deus na sua face. Eu quero tanto que você viva isso para que todos possam ver que você é do povo de Jesus, e assim glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.
Ai de mim! Eu digo isso com vergonha, que muitos de nós rendemos pouca glória ao Senhor que nos comprou, que estamos longe de caminhar dignos de nossa vocação.
Quão fraca é a nossa fé! Como é passageira nossa tristeza pelo pecado! Como é fraca nossa abnegação! Quanto tempo passou nossa paciência! Como é raquítica a nossa humildade! Como nossas orações são formais! Como é o frio o nosso amor!
Somos chamados de testemunhas de Deus, mas realmente o nosso testemunho é muitas vezes pouco melhor do que o silêncio, é um som incerto. Somos chamados de a luz do mundo, mas somos, muitos de nós, pobres, faíscas que mal podem apenas ser vistas.
Somos chamados de o sal da terra, mas nós dificilmente fazemos qualquer coisa para tornar nosso sabor percebido e conhecido. Somos chamados peregrinos e estrangeiros, mas aqueles que nos observam podem às vezes achar que este mundo é a nossa única casa.
Muitas vezes, também, nós provamos ser uma coisa no nome, e outra na realidade; em alta nas nossas falas, mas baixos em nossa prática; gigantes em nossas resoluções, mas infantis em nossas ações; angelicais e espirituais em nossa conversa, mas selvagem, ou pouco melhor que isso, no nosso esforço; formoso, como Naftali, em nossas palavras, mas instáveis , como Ruben, em nossas obras.
Oh! caro leitor, essas coisas não deveriam ser assim. Não devemos nos contentar com uma baixa medida de santidade. Não devemos ficar satisfeitos com um pouco de santificação. Não devemos pensar que é suficiente porque nós alcançamos um pequeno grau da graça, e é apenas um passo melhor que o mundo.
Não! Na verdade, temos de ir em frente de força em força. Devemos brilhar mais e mais até o dia perfeito. Devemos nos esforçar para dar muito fruto. Cristo não deu a Si mesmo por nós para que sejamos uma geração sonolenta; uma geração de árvores que não crescem, sempre estagnadas.
Ele quer que sejamos “um povo peculiar, zeloso de boas obras”, valente pela verdade, fervoroso no Espírito, vivendo não para si mesmos, mas para Ele.
Livremente salvos, devemos ser livres e espontâneos nas obras. Livremente perdoados, devemos livremente e alegremente trabalhar. Livremente resgatado da escravidão no Egito, devemos contar que é um prazer e um privilégio servir ao Senhor.
Nossas vidas devem ser livros de evidências. Nossos atos devem dizer quem nós somos. “Vós sois meus amigos”, disse Jesus, “se fizerdes o que eu vos mando.”
Irmão ou irmã, o que você está fazendo nesse mundo? Onde está a prova do seu crescimento na graça? Você está acordado ou está dormindo? Será que não existem temperamentos que você pode manter sob maior rigor?
Não há nenhuma espécie de pecado que o assedia e que você está vergonhosamente poupando? Será que não há um tempo que você pode empregar de maneira mais útil?
Não há nenhuma espécie de egoísmo a qual está secretamente cedendo? Será que não há um bem em que você tenha os meios de fazer e deixa de fazer? Será que não existem hábitos diários que você pode alterar para melhor?
Será que não existem questões sobre suas vestes espirituais que você nunca procura limpar? Será que não existem amigos e parentes que você está abandonando em seus pecados?
Oh! Você pode lidar com isso de maneira mais honesta do que você tem feito até aqui! O Senhor está próximo.
Irmão ou irmã, olhe para dentro de si. Olhe que um coração enganoso, um mundo enganoso e um demônio ocupado não o tire do caminho. Estimule uma consciência sensível.
Cuidado com a indolência sob o manto da falsa humildade. Não faça do velho Adão e do diabo uma desculpa para pequenos pecados.
Deixe o mínimo das coisas da sua vida diária sejam bem feitas, e como o siclo do santuário, que sejam uma boa medida e que sejam ainda mais do que o peso total. Lembre-se do conselho do Apóstolo: “Vigiai, estai firmes na fé, sejam corajosos como homens, sejam fortes.” (1 Coríntios 16:13).
Seja zeloso, pois o mundo pode fazê-lo adormecer.
Irmão ou irmã, eu lhes dei esta palavra para que seu amor inflame. Eu não quero que você seja o menor no reino dos céus. Eu não gostaria que você fosse o mais pálido e o mais fraco entre as estrelas em glória. Coloque essas coisas boas no coração.
1 ° Sermão pregado por J.C.Ryle Na Igreja de Santa Maria em Helmingham, Suffolk, Inglaterra Em 1844.

Fonte: O Rei eterno

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Zelo - Estudo

Zelo de Deus
Leitura: Números 25. 7-13

Introdução.
O presente estudo tem como objetivo trazer ao nosso coração um atributo que Deus possui: O Zelo.
Zelo: Cuidados direcionados a qualquer pessoa ou coisa. Desvelo. Empenho extraordinário na execução dos deveres, das obrigações. Afeição ardente por alguém ou por alguma coisa. Cuidado, afeição.
Zeloso: Cuidadoso, pontual, diligente.
O oposto de zelo é desleixo, negligência.
Negligência tem como significado: falta de cuidado, de aplicação, de exatidão, de interesse, de atenção, descuido, displicência, preguiça.
Deus é um Deus zeloso: Êxodo 34:14 - Porque não te inclinarás diante de outro deus; pois o nome do SENHOR é Zeloso; é um Deus zeloso.
Diante disso, podemos concluir que Deus espera do seu povo atitudes que comprovem que somos zelosos pelo seu Reino. Veremos a seguir, pessoas que mostraram zelo quanto às coisas de Deus e foram lembrados nas Escrituras Sagradas. Primeiro, ao texto:

Israel em Sitim.

Sitim foi a última parada dos israelitas antes de entrarem na Terra prometida. A vitória prometida por Deus estava próxima. A Terra que manava leite e mel estava prestes a ser conhecida e habitada pelo povo de Deus.
Onde deveria haver prudência, dedicação, consagração e atenção, houve um total descaso e descuido da parte dos israelitas. A história narra que as mulheres daquele local seduziram o povo de Israel a se prostituirem. As moabitas eram descendência de Ló, nascidas do incesto da primogênita. Uma nação pagã e inimiga de Deus.
A história narra que a nação israelita se prostitui com elas. Aqui vemos que houve total desleixo, total relaxamento e falta de zelo em observar as leis de Deus que proibia o envolvimento com essas mulheres.
Não bastando o contato, eles foram convidados a prestar culto a Baal. Divindade do povo pagão. Além de participarem dos sacrifícios ainda se curvaram perante a Baal.
Como poderia Deus não se irar com tal atitude que demonstra total negligência? Seria Deus injusto em ter se irado? Jamais. Deus é um Deus zeloso, que visita a nossa iniquidade. Cabe a nós como povo santo manter o zelo pelo Senhor, ou haveremos de experimentar sua ira com justiça.
Não espere que Deus compartilhe ou aprove nossa negligência, jamais.

A ira do Senhor.

Assim que Israel comete tal ato, o zelo de Deus é manifestado ao coração de Moisés. Para que a ira de Deus se aplacasse, seria necessário a morte à luz do dia dos cabeças das tribos. E assim foi feito. Moisés ordena aos juízes de Israel que cada um matasse seu homem que havia se ajuntado a Baal, afim de que ira de Deus se desviasse deles.
Vendo a matança, surge um israelita trazendo uma midianita perante seus irmãos à vista de Moisés e de toda congregação chorando.
A atitude desse homem é promover um sentimentalismo no coração de Moisés e dos homens afim de que a congregação sinta pena e deixe de executar a ordem de Deus dada a Moisés, no entanto, algo irá acontecer.

Finéias, o zeloso.

De repente em meio aquela cena, surge um homem chamado Finéias, filho de sacerdote. O mesmo levanta-se, toma uma lança e vai ao encontro do israelita com a midianita e atravessa a ambos com a sua lança. Neste exato momento, a ira de Deus se desvia, e tudo se acalma.
Vinte e quatro mil mortos naquele dia. O pecado de Israel trouxe trágicas consequências. O desleixo do povo, trouxe uma mancha de sangue na história de Israel.
No entanto, a atitude de Finéias foi louvada pelo Senhor.
Assim disse o Senhor acerca de Finéias: Números 25:11 - Finéias, filho de Eleazar, o filho de Arão, sacerdote, desviou a minha ira de sobre os filhos de Israel, pois foi zeloso com o meu zelo no meio deles; de modo que, no meu zelo, não consumi os filhos de Israel. Números 25:13 - E ele, e a sua descendência depois dele, terá a aliança do sacerdócio perpétuo, porquanto teve zelo pelo seu Deus, e fez expiação pelos filhos de Israel.
O ato louvável de Finéias fez toda a diferença.
Essa é a condição que Deus espera de cada um de nós diante da situação que temos enfrentado a cada dia.
A igreja se ajuntou com o mundo, tem se prostituído com suas ideologias, com seus pensamentos imorais, com suas leis contrárias aos mandamentos do Senhor.
Onde estão os Finéas de hoje? Onde estão aqueles que se levantarão com a espada do Espírito em mãos para guerrear contra os falsos mestres?
Eis que Deus se lembrará de nosso zelo.

O zelo de Davi manifestado em Cristo.

Nos Salmos 69, que tipifica os sofrimentos do Messias, no verso 9 temos revelado o sentimento de zelo que consumia o interior de Davi: Salmos 69:9 - Pois o zelo da tua casa me devorou, e as afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim.
Davi era um homem zeloso pelas coisas do Senhor, embora tivesse sido negligente quanto à sua vida pessoal.
No evangelho de João capitulo 2, temos o Nosso Mestre se aproximando do Templo, e quando se depara com a situação da casa do Pai, o zelo que possuía pela casa de oração fez com que Ele preparasse um chicote e entrasse no templo colocando a casa em ordem.
No momento em que Jesus está agindo, o coração dos discípulos é levado aos Salmos 69, e eles disseram: João 2:17 - E os seus discípulos lembraram-se do que está escrito: O zelo da tua casa me devorará.
Talvez eles possam ter pensado: Precisa agir sim? Será que Ele não está exagerando? Não precisava ser desse jeito, afinal, eles não estão fazendo nada de mais...
Porém, o zelo de Cristo, é comparado com o zelo de Finéias.
Assim como o Pai testificava do Filho. Deus testificou de Finéias.
Para que o coração dos discípulos não ficassem com dúvidas, Deus lhes revelou os Salmos, para que se lembrassem que Cristo não agiu segundo a carne, mais segundo O Espírito.
A falta de reverência e a total negligência quanto à casa de Deus e as coisas de Deus, consome interiormente àqueles que amam a Deus e O servem com zelo. Testifica assim o Salmista: Salmos 119:139 - O meu zelo me consumiu, porque os meus inimigos se esqueceram da tua palavra.

O Zelo de Paulo pela igreja.

Apóstolo Paulo é um exemplo a ser seguido quanto ao capricho com as coisas de Deus. Seu zelo era contagiante. Escrevendo aos coríntios ele disse: II Corintios 11:2 - Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo.
É importante atentar para as palavras de Paulo quanto ao zelo que ele possui: Um zelo que vem de Deus, e não dele mesmo.
O esse zelo tem a mesma característica do zelo manifestado em Números 25 com Finéas: Manter o povo santo para o Senhor; Paulo em seu zelo, prepara a igreja para se apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo.
Quando O Cristo glorificado se manifestou a João na Ilha de Patmos, revelando o coração de cada igreja, nos convém atentar para a igreja de Laodicéia:

Apocalipse 3:14-19
E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:
Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!
Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;
Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.
Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te.
A exortação cabe a nós em nossos dias. Muitos estão acomodados. Cegos em seus caminhos. Confiantes em suas obras. No entanto, estão apáticos quanto ao dever, apáticos quanto ao zelo por Deus e pelas almas que perecem.

Conclusão
Cristo nos convida a sermos zelosos. Arrepender-se da negligência que tomou conta dos nossos corações e colocar em prática o zelo que ele nos cobra.
Finéas foi lembrado por todas as gerações pelo seu zelo. Cristo foi exemplo para seus discípulos quanto ao zelo pela casa do Senhor.
Paulo trabalhou para que a igreja permanece santa.
E nós? Do que seremos lembrados? Do zelo, ou do desleixo pelo Reino de Deus?
Como está sua vida particular com Deus hoje? Tem buscado com zelo ou tem sido negligente quanto ao dever?

Em Cristo,


Pr Jeferson Rangel

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Biografia - Dwight Lyman Moody

Dwight Lyman Moody (1837-1899)


Antes de ler esta biografia, destacamos dois fatos que podem ilustrar a vida de D.L. Moody: Certa feita, Moody estava a dirigir uma reunião e convocou um dos presentes a dirigir uma oração. O homem começou sua oração com retórica e foi se prolongando sem medida. De súbito, ouve-se uma voz forte: – Irmãos, vamos cantar um hino, enquanto nosso irmão termina seu discurso. À palavra seguiu-se o início do hino. No meio do auditório, naquela noite, converteu-se um homem que seria mais tarde um dos maiores evangelistas de todos os tempos: o médico Greenfel, do Labrador.No começo de seu ministerio (por volta dos 21 anos de idade), em um certo domingo, visitou uma Escola Bíblica Dominical. Pediu permissão para ensinar também uma classe. O dirigente respondeu: “Há doze professores e dezesseis alunos, porém o senhor pode ensinar todos os alunos que conseguir trazer à escola”. Foi grande a surpresa de todos quando Moody, no domingo seguinte, entrou com dezoito meninos da rua, sem chapéu, descalços e de roupa suja e esfarrapada, mas, como ele disse: “Todos com uma alma para ser salva”. Continuou a levar cada vez mais alunos à Escola até que, alguns domingos depois, no prédio não cabiam mais; então resolveu abrir outra escola em outra parte da cidade.
Tudo aconteceu durante uma das famosas campanhas de Moody e Sankey para salvar almas. A noite de uma segunda-feira tinha sido reservada para um discurso dirigido aos materialistas. Carlos Bradlaugh, campeão do ceticismo, então no zênite da fama, ordenou que todos os membros dos clubes que fundara assistissem à reunião. Assim, cerca de 5.000 homens, resolvidos a dominar o culto, entraram e ocuparam todos os bancos.
Moody pregou sobre o texto: “A rocha deles não é como a nossa Rocha, sendo os nossos próprios inimigos os juizes” (Deuteronômio 32: 31).
“Com uma rajada de incidentes pertinentes e comoventes das suas experiências com pessoas presas ao leito de morte, Moody deixou que os homens julgassem por si mesmo quem tinha melhor alicerce sobre o qual deviam basear sua fé e esperança. Sem querer, muitos dos assistentes tinham lágrimas nos olhos. A grande massa de homens demonstrando o mais negro e determinado desafio a Deus estampado nos seus rostos, encarou o contínuo ataque de Moody aos pontos mais vulneráveis, isto é, o coração e o lar.
“Ao findar, Moody disse: ‘Levantemo-nos para cantar: Oh! vinde vós aflitos! e, enquanto o fazemos, os porteiros abram todas as portas para que possam sair todos os que quiserem. Depois faremos o culto, como de costume, para aqueles que desejam aceitar o Salvador’. Uma das pessoas que assistiu a esse culto, disse: ‘Eu esperava que todos saíssem imediatamente, deixando o prédio vazio. Mas a grande massa de cinco mil homens se levantou, cantou e assentou-se de novo; nenhum deles deixou seu assento!'”
“Moody, então disse: ‘Quero explicar quatro palavras: Recebei, crede, confiai, aceitai’. Um grande sorriso passou de um a outro em todo aquele mar de rostos. Depois de falar um pouco sobre a palavra recebei, fez um apelo: ‘Quem quer recebê-lo? É somente dizer: ‘Quero’. Cerca de cinqüenta dos que estavam em pé e encostado às paredes, responderam: ‘Quero’, mas nenhum dos que estavam sentados. Um homem exclamou: ‘Não posso’. Moody então replicou: ‘Falou bem e com razão, amigo; foi bom ter falado. Escute e depois poderá dizer: ‘Eu posso’. Moody então explicou o sentido da palavra crer e fez o segundo apelo: ‘Quem dirá: Quero crer nele?’ De novo alguns dos homens que estavam em pé responderam, aceitando, mas um dos chefes dirigente dum clube, bradou: ‘Eu não quero!’ Moody, vencido pela ternura e compaixão, respondeu com voz quebrantada: ‘Todos os homens que estão aqui esta noite têm de dizer: Eu quero ou Eu não quero'”.
“Então, levou todos a considerarem a história do Filho Pródigo, dizendo: ‘A batalha é sobre o querer – só sobre o querer. Quando o Filho Pródigo disse: Levantar-me-ei a luta foi ganha, porque alcançara o domínio sobre a sua própria vontade. É com referência a este ponto que depende de tudo hoje. Senhores, tendes aí em vosso meio o vosso campeão, o amigo que disse: Eu não quero. Desejo que todos aqui, que acreditam que esse campeão tem razão, levantem-se e sigam o seu exemplo, dizendo: Eu não quero’. Todos ficaram quietos e houve silêncio até que, por fim, Moody interrompeu, dizendo: ‘Graças a Deus! Ninguém disse: Eu não quero. Agora quem dirá: Eu quero? Instantaneamente parece que o Espírito Santo tomou conta do grande auditório de inimigos de Jesus Cristo, e cerca de quinhentos homens puseram-se de pé, as lágrimas rolando pelas faces e gritando: ‘Eu quero! Eu quero!’ Clamando até que todo o ambiente se transformou. A batalha foi ganha”.
“O culto terminou sem demora, para que se começasse a obra entre aqueles que estavam desejosos de salvação. Em oito dias, cerca de dois mil foram transferidos das fileiras do inimigo para o exército do Senhor, pela rendição da vontade. Os anos que se seguiram provaram a firmeza da obra, pois os clubes nunca mais se ergueram. Deus, na sua misericórdia e poder, os aniquilou por seu Evangelho”.
Um total de quinhentas mil preciosas almas ganhas para Cristo, é o cálculo da colheita que Deus fez por intermédio de seu humilde servo, Dwight Lyman Moody. R. A. Torrey, que o conheceu intimamente, considerava-o, com razão, o maior homem do século XIX, isto é, o homem mais usado por Deus para ganhar almas.
Que ninguém julgue, contudo, que D. L. Moody era grande em si mesmo ou que tinha oportunidades que os demais não têm. Seus antepassados eram apenas lavradores que viveram por sete gerações, ou duzentos anos, no vale do Connecticut, nos Estados Unidos. Moody nasceu a 5 de fevereiro de 1837, de pais pobres, o sexto entre nove filhos. Quando era ainda pequeno, seu pai faleceu e os credores tomaram conta do que ficou, deixando a família destituída de tudo, até da lenha para aquecer a casa em tempo de intenso frio.
Não há história que comova e inspire tanto quanto a daqueles anos de luta da viúva, mãe de Moody. Poucos meses depois da morte de seu marido, nasceram-lhe gêmeos e o filho mais velho tinha apenas doze anos. O conselho de todos os parentes foi que ela entregasse os filhos para outros criarem. Mas com invencível coragem e santa dedicação a seus filhos, ela conseguiu criar todos os nove filhos no próprio lar. Guarda-se ainda, como tesouro precioso, sua Bíblia com as palavras de Jeremias 49:11 sublinhadas: “Deixa os teus órfãos, eu os conservarei em vida; e confiem em mim tuas viúvas”.
– “Pode-se esperar outra coisa a não ser que os filhos ficassem ligados à mãe e que crescessem para se tornarem homens e mulheres que conhecessem o mesmo Deus que ela conhecia?”- Assim se expressou Moody, ao lado do ataúde quando ela faleceu com a idade de noventa anos: – “Se posso conter-me, quero dizer algumas palavras. É grande honra ser filho de uma mãe como ela. Já viajei muito, mas nunca encontrei alguém como ela. Ligava a si seus filhos de tal maneira que representava um grande sacrifício para qualquer deles afastar-se do lar. Durante o primeiro ano depois que o meu pai faleceu, ela adormecia todas as noites chorando. Contudo, estava sempre alegre e animada na presença dos filhos. As saudades serviam para chegá-la mais perto de Deus. Muitas vezes eu me acordava e ela estava orando, às vezes, chorando. Não posso expressar a metade do que desejo dizer. Aquele rosto, como é querido! Durante cinqüenta anos não senti gozo maior do que o gozo de voltar a casa. Quando estava ainda a setenta e cinco quilômetros de distância, já me sentia tão inquieto e desejoso de chegar que me levantava do assento para passear pelo carro até o trem chegar à estação… Se chegava depois de anoitecer, sempre olhava para ver a luz na janela da minha mãe. Senti-me tão feliz esta vez por chegar a tempo de ela ainda me reconhecer! Perguntei-lhe: – ‘Mãe, me reconhece? Ela respondeu: – ‘Ora, se eu te reconheço! ‘Aqui está a sua Bíblia, assim gasta, porque é a Bíblia do lar; tudo que ela tinha de bom veio deste Livro e foi dele que nos ensinou. Se minha mãe foi uma bênção para o mundo é porque bebia desta fonte. A luz da viúva brilhou do outeiro durante cinqüenta anos. Que Deus a abençoe, mãe; ainda a amamos! Adeus, por um pouco, mãe!”
Todos os filhos da viúva Moody assistiam aos cultos nos domingos; levavam merenda para passar o dia inteiro na igreja. Tinham de ouvir dois prolongados sermões e, no intervalo, assistir à Escola Dominical. Dwight, depois de trabalhar a semana inteira, achava que sua mãe exigia demais obrigando-o a assistir aos sermões, os quais não compreendia. Mas, por fim, chegou a ser agradecido a essa boa mãe pela dedicação nesse sentido.
Com a idade de dezessete anos, Moody saiu de casa para trabalhar na cidade de Boston, onde achou emprego na sapataria de um tio seu. Continuou a assistir aos cultos, mas ainda não era salvo.
Notai bem, os que vos dedicais à obra de ganhar almas: não foi num culto que Dwight Moody foi levado ao Salvador. Seu professor da Escola Dominical, Eduardo Kimball, conta: “Resolvi falar-lhe acerca de Cristo e de sua alma. Vacilei um pouco em entrar na sapataria, não queria embaraçar o moço durante as horas de serviço. Por fim, entrei, resolvido a falar sem mais demora. Achei Moody nos fundos da loja, embrulhando calçados. Aproximei-me logo dele e, colocando a mão sobre seu ombro, fiz o que depois parecia ser um apelo fraco, um convite para aceitar a Cristo. Não me lembro do que eu disse, nem mesmo Moody podia lembrar-se alguns anos depois. Simplesmente falei do amor de Cristo para com ele, e o amor que Cristo esperava dele, de volta. Parecia-me que o moço estava pronto para receber a luz que o iluminou naquele momento e, lá nos fundos da sapataria, entregou-se a Cristo”.
Era costume das igrejas daquela época, alugarem os assentos. Moody, logo depois da sua conversão, transbordando de amor para com o seu Salvador, pagou aluguel de um banco, percorrendo as ruas, hotéis e casas de pensão solicitando homens e meninos para enchê-lo em todos os cultos. Depois alugou mais um, depois outro, até conseguir encher quatro bancos, todos os domingos. Mas isso não era suficiente para satisfazer o amor que sentia para com os perdidos. Certo domingo visitou uma Escola Dominical em outra rua. Pediu permissão para ensinar também uma classe. O dirigente respondeu: “Há doze professores e dezesseis alunos, porém o senhor pode ensinar todos os alunos que conseguir trazer à escola”. Foi grande a surpresa de todos quando Moody, no domingo seguinte, entrou com dezoito meninos da rua, sem chapéu, descalços e de roupa suja e esfarrapada, mas, como ele disse: “Todos com uma alma para ser salva”. Continuou a levar cada vez mais alunos à Escola até que, alguns domingos depois, no prédio não cabiam mais; então resolveu abrir outra escola em outra parte da cidade. Moody não ensinava, mas arranjava professores, providenciava o pagamento do aluguel e de outras despesas. Em poucos meses essa escola veio a ser a maior da cidade de Chicago. Não julgando conveniente pagar outros para trabalhar no domingo, Moody, cedo, pela manhã, tirava as pipas de cerveja (outros ocupavam o prédio durante a semana), varria e preparava tudo para o funcionamento da escola. Depois, então, saía par convidar alunos. Às duas horas, quando voltava de fazer os convites, achava o prédio repleto de alunos.
Depois de findar a escola, ele visitava os ausentes e convidava todos para estarem a pregação, à noite. No apelo, após o sermão, todos os interessados era convidados a ficar para um culto especial, no qual tratavam individualmente com todos. Moody também participava nessa colheita de almas.
Antes de findar o ano, 600 alunos, em média, assistiam à Escola Dominical, divididos em 80 classes. A seguir a assistência subia a 1.000 e, as às vezes, a 1.500.
Ao mesmo tempo que Moody se aplicava à Escola Dominical com tais resultados, esforçava-se, também, no comércio todos os dias. O grande alvo da sua vida era vir a ser um dos principais comerciantes do mundo, um multimilionário. Não tinha mais de 23 anos é já tinha ajuntado 7.000 dólares! Mas seu Salvador tinha um plano ainda mais nobre para seu servo.
Certo dia, um dos professores da Escola Dominical entrou na sapataria onde Moody negociava. Informou-o de que estava tuberculoso e que, desenganado pelos médicos, resolvera voltar para Nova Iorque e aguardar a morte. Confessou-se muito perturbado, não porque tinha de morrer, mas porque até então não conseguira levar ao Salvador nenhuma das moças da sua classe da Escola Dominical. Moody, profundamente comovido, sugeriu que visitassem juntos as moças em suas casas, uma por uma. Visitaram uma, o professor falou-lhe seriamente acerca da salvação da sua alma. A moça deixou seu espírito leviano e começou a chorar, entregando-se ao seu Salvador. Todas as outras moças que foram visitadas naquele dia fizeram o mesmo.
Passados dez dias, o professor foi novamente à sapataria. Com grande gozo informou a Moody que todas as moças se haviam entregado a Cristo. Resolveram então convidar todas para um culto de oração e despedida na véspera da partida do professor para Nova Iorque. Todos se ajoelharam e Moody, depois de fazer uma oração, estava para se levantar quando uma das moças começou, também, a orar. Todos oraram suplicando a Deus em favor do professor. Ao sair Moody suplicou: “Ó Deus, permite-me morrer antes de perder a bênção que recebi hoje aqui!”
Moody, mais tarde, confessou: “Eu não sabia o preço que tinha de pagar, como resultado de haver participado na evangelização individual das moças. Perdi todo o jeito de negociar; não tinha mais interesse no comércio. Experimentara um outro mundo e não mais queria ganhar dinheiro…Oh! delícia, a de levar uma alma das trevas desde mundo à gloriosa luz e liberdade do Evangelho!”
Então, não muito depois de casar-se, com a idade de vinte e quatro anos, Moody deixou um bom emprego com salário de cinco mil dólares por ano, um salário fabuloso naquele tempo, para trabalhar todos os dias no serviço de Cristo, sem ter promessa de receber um único cêntimo. Depois de tomar essa resolução, apressou-se em ir à firma B. F. Jacobs & Cia., onde, muito comovido, anunciou: – “Já resolvi empregar todo o meu tempo no serviço de Deus!” – “Como vai manter-se?” – “Ora, Deus me suprirá de tudo se Ele quiser que eu continue; e continuarei até ser obrigado a desistir”.
A parte da biografia de D. L. Moody que trata dos primeiros anos do seu ministério está repleta de proezas feitas na carne. Mencionamos aqui apenas uma, isto é, o fato de Moody fazer 200 visitas em um só dia. Ele mesmo mais tarde se referia àqueles anos como uma manifestação do “zelo de Deus, mas sem entendimento”, acrescentando: “Há, contudo muito mais esperança para o homem com zelo e sem entendimento do que para o homem de entendimento sem zelo”.
Rompeu a tremenda Guerra Civil e Moody chegou com os primeiros soldados ao acampamento militar onde armou uma grande tenda para os cultos. Depois ajuntou dinheiro e levantou um templo onde dirigiu 1.500 cultos durante a guerra. Uma pessoa que o conhecia assim comentou sua ação: “Moody precisava estar constantemente em todos os lugares, dia e noite, nos domingos e todos os dias da semana; orando, exortando, tratando com os soldados acerca das suas almas, regozijando-se nas oportunidades abundantes de trabalhar no grande fruto ao seu alcance por causa da guerra”.
Depois de findar a guerra, dirigiu uma campanha para levantar em Chicago um prédio para os cultos, com capacidade para três mil pessoas. Quando, mais tarde esse edifício foi destruído por um incêndio, ele e dois outros iniciaram outra campanha, antes de os escombros haverem esfriados, para levantar novo edifício. Trata-se do Farwell Hall II, que se tornou um grande centro religioso em Chicago. O segredo desse êxito foram os cultos de oração que se realizavam diariamente, ao meio-dia, precedidos por uma hora de oração de Moody, escondido no vão debaixo da escada .
No meio desses grandes esforços, Moody resolveu, inesperadamente, fazer uma visita à Inglaterra.
Em Londres, antes de tudo, foi ouvir Spurgeon pregar no Metropolitan Tabernacle. Já tinha lido muito do que “o príncipe dos pregadores” escrevera, mas ali pôde verificar que a grande obra não era de Spurgeon, mas de Deus, e saiu de lá com uma outra visão.
Visitou Jorge Müller e o orfanato em Bristol. Desde aquele tempo a Autobiografia de Müller exerceu tanta influência sobre ele como já o tinha feito “O Peregrino”, de Bunyan.
Entretanto, nessa viagem, o que levou Moody a buscar definitivamente uma experiência mais profunda com Cristo, foram estas palavras proferidas por um grande ganhador de almas de Dubim, Henrique Varley: “O mundo ainda não viu o que Deus fará com, para, e pelo homem inteiramente a Ele entregue”. Moody disse consigo mesmo: “Ele não disse por um grande homem, nem por um sábio, nem por um rico, nem por um eloqüente, nem por um inteligente, mas simplesmente por um homem. Eu sou um homem, e cabe ao homem mesmo resolver se deseja ou não consagrar-se assim. Estou resolvido a fazer todo o possível para ser esse homem”. Apesar de tudo isso, Moody, depois de voltar à América, continuava a se esforçar e a empregar métodos naturais. Foi nessa época que a cidade de Chicago foi reduzida a cinzas no pavoroso incêndio de 1871.
Na noite do início do pavoroso incêndio, Moody pregou sobre este tema: – “Que farei, então de Jesus, chamado Cristo? Ao concluir ser sermão, ele disse ao auditório, o maior a que pregara em Chicago: “Quero que leveis esse texto para casa e nele meditais bem durante a semana e no domingo vindouro iremos ao Calvário e à cruz e resolveremos o que faremos de Jesus de Nasaré”.
– “Como errei!” Disse Moody, depois. – “Não me atrevo mais a conceder uma semana de prazo ao perdido para decidir sobre a salvação. Se se perderem serão capazes de se levantar contra mim no juízo. Lembro-me bem de como Sankey cantou e como sua voz soou quando chegou a estrofe de apelo: “O Salvador chama para o refúgio. Rompe a tempestade e breve vem a morte”.
“Nunca mais vi aquele auditório. Ainda hoje desejo chorar… Prefiro ter a mão direita decepada, a conceder ao auditório uma semana para decidir o que fará de Jesus. Muitos me censuram dizendo: – “Moody, o senhor quer que o povo se decida imediatamente. Por que não lhe dá tempo para consultar?”
“Tenho pedido a Deus muitas vezes que me perdoe por ter dito naquela noite que podiam passar oito dias para considerar, e se Ele poupar minha vida não farei de novo”.
O grande incêndio rugiu e ameaçou durante quatro dias; consumindo Farwell Hall, o templo de Moody e a sua própria residência. Os membros da igreja foram todos dispersos. Moody reconheceu que a mão de Deus o castigara para o ensinar, e isso tornou-se para ele motivo de grande regozijo.
Foi a Nova Iorque, a fim de granjear dinheiro para os flagelados do grande incêndio. Acerca do que se passou, ele mesmo escreveu: “Não sentia o desejo no coração de solicitar dinheiro. Todo o tempo eu clamava a Deus pedindo que me enchesse do seu Espírito. Então, certo dia, na cidade de Nova Iorque – Ah! que dia! Não posso decrevê-lo, nem quero falar no assunto; é experiência quase sagrada demais para ser mencionada. O apóstolo Paulo teve uma experiência acerca da qual não falou por catorze anos. Posso apenas dizer que Deus se revelou a mim e tive uma experiência tão grande do seu amor que tive de rogar-lhe que retirasse de mim sua mão. Não quero voltar para viver de novo como vivi outrora nem que eu pudesse possuir o mundo inteiro”.
Acerca dessa experiência, um de seus biógrafos acrescentou: “O Moody que andava na rua parecia outro. Nunca jamais bebera mosto, mas então conhecia a diferença entre o júbilo que Deus dá e o falso júbilo de Satanás. Enquanto andava, parecia-lhe que um pé dizia a cada passo, ‘Glória!’ e o outro respondia, ‘Aleluia!’. O pregador rompeu em soluços, balbuciando: ‘Ó Deus, constrange-nos andar perto de ti para todo o sempre'”.
O Senhor supriu dinheiro para Moody construir um edifício provisório para realizar os cultos em Chicago. Era de madeira rústica, forrada de papel grosso para evitar o frio; o teto era sustentado por fileiras de estacas colocadas no centro. Nessa templo provisório realizaram-se os cultos durante três anos, no meio dum deserto de cinzas. A maior parte do trabalho de construção fora feita pelos membros que moravam em ranchos ou mesmos em lugares escavados por debaixo das calçadas das ruas. Ao primeiro culto assistiram mais de mil crianças com seus respectivos pais !
Esse templo provisório serviu de morada para Moody e Sankey, seu evangelista-cantor; eram tão pobres como os outros em redor, mas tão cheios de esperança e gozo que conseguiram levar muitos a Cristo e se tornaram ricos, apesar de nada possuírem. Onda após onda de avivamento passou sobre o povo. Os cultos continuavam dia e noite, quase sem cessar, durante alguns meses. Multidões choravam seus pecados, às vezes dias inteiros e no dia seguinte, perdoados, clamavam e louvavam em gratidão a Deus. Homens e mulheres até então desanimados participavam do gozo transbordante de Moody, transformado pelo batismo com o Espírito Santo.
Não muito depois de haver construído o templo permanente (com assentos para 2.000 pessoas – e sem endividar-se), Moody fez a sua segunda viagem à Inglaterra. Nos seus primeiros cultos nesse país, encontrou igrejas frias, com pouca assistência e o povo sem interesse nas suas mensagens. Mas a unção do Espírito, que Moody recebera nas ruas de Nova Iorque, ainda permanecia na sua alma e Deus o usou como seu instrumento para um avivamento mundial .
Não desejava métodos sensacionais, mas usou os mesmos métodos humildes até o fim da vida: sermão dirigido direto aos ouvintes; aplicação prática da mensagem do Evangelho à necessidade individual; solos cantados sob a unção do Espírito; apelo para que o perdido se entregasse imediatamente; uma sala no lado aonde levava os que se achavam em “dificuldades” em aceitar a Cristo; a obra que depois os salvos faziam entre os “interessados” e recém-convertidos; diariamente uma hora de oração ao meio-dia, e cultos que duravam dias inteiros.
Na Inglaterra, as cidades de York, Senderland, Bishop, Auckland, Carlisle e Newcastle foram vivificadas como nos dias de Whitefield e Wesley. Na Escócia, em Edimburgh, os cultos se realizaram no maior edifício e “a cidade inteira ficou comovida”. Em Glasgow, a obra começou com uma reunião de professores da Escola Dominical, a que assistiram mais de 3.000. O culto de noite foi anunciado para às 6:30, mas muito antes da hora marcada, o grande edifício ficou repleto e a multidão que não pôde entrar foi levado para as quatro igrejas mais próximas. Essa série de cultos transformou radicalmente a vida diária do povo. Na última noite Sankey cantou para 7.000 pessoas que estavam dentro do edifício, e Moody, sem poder entrar no auditório, subiu numa carruagem e pregou a 20 mil pessoas que se achavam congregadas do lado de fora. O coral cantou os hinos de cima dum galpão. Em um só dia mais de 2.000 pessoas responderam ao apelo para se entregarem definitivamente a Cristo.
Na Irlanda, Moody pregou nos maiores centros com os mesmos resultados, como na Inglaterra e Escócia. Os cultos em Belfast continuaram durante quarenta dias. O último culto foi reservado para os recém-convertidos, que só podiam ter ingresso por meio de bilhetes, concedidos gratuitamente. Assistiram 2.300 pessoas. Belfast fora o centro de vários avivamentos, mas todos concordam em que nunca houvera um avivamento antes desse, de resultados tão permanentes.
Depois da campanha na Irlanda, Moody e Sankey voltaram à Inglaterra e dirigiram cultos inesquecíveis em Shefield, Manchester, Birgmingham e Liverpool. Durante muitos meses, os maiores edifícios dessas cidades ficaram superlotados de multidões desejosas de ouvirem a apresentação clara e ousada do Evangelho por um homem livre de todo o interesse e ostentação. O poder do Espírito se manifestou em todos os cultos produzindo resultados que permanecem até hoje.
O itinerário de Moody e Sankey na Europa, findou-se após quatro meses de cultos em Londres. Moody pregava alternadamente em quatro centros. Os seguintes algarismos nos servem para compreender algo da grandeza dessa obra durante os quatro meses: Realizaram-se 60 cultos em Agricultural Hall, aos quais um total de 720.000 pessoas assistiram; em Bow Road Hall, 60 cultos, aos quais 600.000 pessoas assistiram; em Camberwell Hall, 60 cultos, com assistência de 480.000; Haymarket Opera House, 60 cultos, 330.000; Vitória Hall, 45 cultos, 400.000 assistentes.
Quando Moody saiu dos Estados Unidos em 1873, era conhecido apenas em alguns Estados e tinha fama, apenas como obreiro da Escola Dominical e da Associação Cristã de Moços. Mas quando voltou da campanha na Inglaterra em 1875, era conhecido como o mais famoso pregador do mundo. Contudo continuou o mesmo humilde servo de Deus. Foi assim que uma pessoa que o conhecia intimamente descreve sua personalidade: “Creio que era a pessoa mais humilde que jamais conheci… Ele não fingia humildade. No íntimo do seu coração rebaixava-se a si mesmo e superestimava os outros. Ele engrandecia outros homens, e, sempre que possível arranjava para que eles pregassem. Fazia tudo para não aparecer”.
Ao chegar novamente aos Estados Unidos, Moody recebeu convites, para pregar, de todas as partes do País. Sua primeira campanha (em Brooklyn) foi um modelo para todas as outras. As denominações cooperavam; alugaram um prédio que comportava 3.000 pessoas. O resultado foi uma grande e permanente obra.
Nas suas campanhas havia ocasiões que eram realmente dramáticas. Em Chicago, o Circo Forepaugh, com uma tenda de lona que tinha assentos para 10.000 pessoas e lugares para outras 10.000 em pé, anunciou representações para dois domingos. Moody alugou a tenda para os cultos de manhã, os donos resolveram não fazer sessão no segundo domingo. Entretanto, o culto realizou-se sob a lona no segundo domingo, o calor era tanto que dava a impressão de matar a todos, porém 18.000 pessoas ficaram em pé, banhados em suor e esquecidos do calor. No silêncio que reinava durante a pregação de Moody, o poder desceu e centenas foram salvos.
O doutor Dale disse: “Acerca do poder de Moody, acho difícil falar. É tão real e ao mesmo tempo tão diferente do poder dos demais pregadores, que não sei descrevê-lo. Sua realidade é inegável. Um homem que pode cativar o interesse de um auditório de três a seis mil pessoas, por meia hora, de manhã, por quarenta minutos, de novo, ao meio-dia e de um terceiro auditório, de 13 a 15 mil, durante quarenta minutos, à noite, deve ter um poder extraordinário”.
Acerca desse poder maravilhoso, Torrey testificou: “Várias vezes tenho ouvido diversas pessoas dizerem que viajaram grandes distâncias para ver e ouvir D. L. Moody, e que ele, de fato, é um maravilhoso pregador. Sim, ele era em verdade o mais maravilhoso que eu jamais ouvi; era grande o privilégio de ouvi-lo pregar, como só ele sabia pregar. Contudo, conhecendo-o intimamente, quero testificar que Moody era maior como intercessor do que como pregador. Enfrentando obstáculos aparentemente invencíveis, ele sabia vencer todas as dificuldades. Sabia, e cria no mais profundo de sua alma, que não havia nada demasiadamente difícil para Deus fazer, e que a oração podia conseguir tudo que Deus pudesse realizar”.
Apesar de Moody não ter instrução acadêmica, reconhecia o grande valor da educação e sempre aconselhava a mocidade a se preparar para manejar bem a Palavra de Deus. Reconhecia a grande vantagem da instrução também para os que pregam no poder do Espírito Santo. Ainda existem três grandes monumentos às suas convicções nesse ponto – as três escolas que ele fundou: O Instituto Bíblico em Chicago, com 38 prédios e 16.000 matriculados nas aulas diurnas, noturnas e Cursos por Correspondência; o Northfield Seminário, com 490 alunos, e a Escola do Monte Hermon, com 500 alunos.
Entretanto, ninguém se engane como alguns desses alunos e como diversos crentes entre nós, pensando que o grande poder de Moody era mais intelectual do que espiritual. Nesse ponto ele mesmo falava com ênfase: para maior clareza, citamos o seguinte de seus “Short Talks”: “Não conheço coisa mais importante que a América precise do que de homens e mulheres inflamados como o fogo do Céu; nunca encontrei um homem (ou mulher) inflamado com o Espírito de Deus que fracassasse. Creio que isso seja impossível; tais pessoas nunca se sentem desanimadas. Avançam mais e mais e se animam mais e mais. Amados, se não tendes essa iluminação, resolvei adquiri-la, e orai: ‘Ó Deus ilumina-me com o teu Espírito Santo’!”
No que R. A. Torrey escreveu aparece o espírito dessas escolas que fundou:
“Moody costumava escrever-me antes de iniciar uma nova campanha, dizendo: ‘Pretendo dar início ao trabalho no lugar tal e em tal dia; peço-lhe que convoque os estudantes para um dia de jejum e oração’. Eu lia essas cartas aos estudantes e lhes dizia: Moody deseja que tenhamos um dia de jejum e oração para pedir, primeiramente, as bênçãos divinas sobre nossas próprias almas e nosso trabalho! Muitas vezes ficávamos ali na sala das aulas até alta noite – ou mesmo até a madrugada – clamando a Deus, porque Moody nos exortava a esperar até que recebêssemos a bênção”.
“Até o dia da minha morte não poderei esquecer-me de 8 de julho de 1894. Era o último dia da Assembléia dos Estudantes de Northfield… Às 15 horas reunimo-nos em frente à casa da progenitora de Moody… Havia 456 pessoas em nossa companhia… Depois de andarmos alguns minutos, Moody achou que podíamos parar. Nós nos sentamos nos troncos de árvores caídas, em pedras, ou no chão. Moody então franqueou a palavra, dando licença para qualquer estudante expressar-se. Uns 75 deles, um após outro, levantaram-se, dizendo: ‘Eu não pude esperar até às 15 horas, mas tenho estado sozinho com Deus desde o culto de manhã e creio que posso dizer que recebi o batismo com o Espírito Santo’. Ouvindo o testemunho desses jovens, Moody sugeriu o seguinte: ‘Moços, por que não podemos ajoelhar-nos aqui, agora, e pedir que Deus manifeste em nós o poder do seu Espírito de um modo especial, como fez aos apóstolos no dia de Pentecostes?’ E ali na montanha oramos”.
“Na subida, tínhamos notado como se iam acumulando nuvens pesadas; no momento em que começamos a orar, principiou a chuva a cair sobre os grandes pinheiros e sobre nós. Porém houve uma outra qualidade de nuvem que há dez dias estava se acumulando sobre a cidade de Northfield – uma nuvem cheia da misericórdia, da graça e do poder divino, de sorte que naquela hora parecia que nossas orações bombardiavam essas nuvens, fazendo descer sobre nós, em grande poder, a virtude do Espírito Santo”.
Que Moody mesmo era um estudante incansável, vê-se no seguinte:
“Todos os dias da sua vida, até o fim, segundo creio, ele se levantava muito cedo de manhã para meditar na Palavra de Deus. Costumava deixar sua cama às quatro horas da madrugada, mais ou menos, para estudar a Bíblia. Um dia ele me disse: ‘Para estudar, preciso me levantar antes que as outras pessoas acordem’. Ele se fechava num quarto afastado do resto da família, sozinho com a sua Bíblia e com o seu Deus…”
“Pode-se falar em poder, porém, ai do homem que negligenciar o único Livro dado por Deus, que serve de instrumento, por meio do qual Ele dá e exerce seu poder. Um homem pode ler inúmeros livros e assistir a grandes convenções; pode promover reuniões de oração que durem noites inteiras, suplicando o poder do Espírito Santo, mas se tal homem não permanecer em contato íntimo e constante com o único Livro, a Bíblia, não lhe será concedido o poder. Se já tem alguma força não conseguirá mantê-la, senão pelo estudo diário, sério e intenso desse Livro”.
Tudo no mundo tem de findar; chegou o tempo também para D. L. Moody findar o seu ministério aqui na terra. Em 16 de novembro de 1899, no meio de sua campanha em Kansas City, com auditórios de 15.000 pessoas, pregou seu último sermão. É provável que soubesse que seria o último: certo é que seu apelo era ungido como poder vindo do Alto e centenas de almas foram ganhas para Cristo.
Para a nação, a sexta-feira, 22 de dezembro de 1899, foi o dia mais curto do ano, mas para D. L. Moody, foi o dia que clareou, foi o começo do dia que nunca findará. Às seis horas da manhã dormiu um ligeiro sono. Então os seus queridos ouviram-no dizer em voz clara: “Se isto é a morte, não há nenhum vale. Isto é glorioso. Entrei pelas portas e vi as crianças! (Dois de seus netos que já tinham falecidos). A terra recua; o céu se abre perante mim. Deus está me chamando! “Então virou-se para a sua esposa, a quem ele queria mais do que a todas as pessoas, a não ser Cristo, e disse: “Tu tens sido para mim uma boa pessoa”.
No singelo culto fúnebre, Torrey, Scofield, Sankey e outros falaram à grande multidão comovida que assistiu. Depois o ataúde foi levado pelos alunos da Escola Bíblica de Monte Hermom a um lugar alto que ficava próximo, chamado “Round Top”. Três anos depois, a fiel serva de Deus, Ema Moody, sua esposa, também dormiu em Cristo e foi enterrada ao lado do marido, no mesmo alto, onde permanecerão até o glorioso dia da ressurreição.

Ponto de visto por Jeferson Rangel

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