quinta-feira, 26 de julho de 2018

Os 1000 primeiros dias do bebê - blogdomaximus.com

Texto de Maximus - http://blogdomaximus.com/author/arthurmaximus/


Criar filhos é um desafio, ninguém duvida. Ainda mais numa época como a nossa, em que o tempo escasseia mais do que o dinheiro na conta e as atribulações da vida acabam por impedir que dediquemos aos miúdos a atenção que eles precisam e merecem. O que pouca gente sabe é que a fase mais importante da vida de um filho não é a infância, nem a sempre turbulenta adolescência. São os 1000 primeiros dias do bebê.
A contagem dos 1000 primeiros dias começa antes mesmo do bebê nascer. E você não imaginou mal: eles começam justamente no ventre da mãe. São naqueles 9-10 meses nos quais o feto se desenvolve dentro do útero materno que se passam os momentos mais críticos para o desenvolvimento infantil. Tudo, absolutamente tudo que acontecer com a mãe vai se refletir no filho. Se a mãe fumar, beber, se estressar ou comer em demasia, o feto sentirá de algum modo as consequências.
O problema, no entanto, não pára por aí. É nos dois primeiros anos que metade, simplesmente metade, do desenvolvimento cerebral daquela pessoinha que acabou de vir ao mundo vai acontecer. Portanto, é nessa fase que os estímulos sensoriais, a atenção e mesmo a noção de mundo que a criança tem a partir da percepção do ambiente familiar se farão mais sentir quando o infante tornar-se um adulto. Como esses dois anos perfazem em média 720 dias, somando-se estes aos 280 arredondados da gestação, chega-se então aos famosos “1000 primeiros dias do bebê”.
E não é difícil imaginar a correlação entre um adulto mental e fisicamente saudável e um bebê bem criado. Uma criança estimulada desenvolve mais conexões neurais, aumentando a capacidade de aprendizado e tornando o cérebro flexível para realizar as mais diversas tarefas. Fora isso, é dentro do ambiente familiar que a criança vai começar a desenvolver sua visão de mundo. Se os pais forem presentes e derem constante atenção, a criança se tornará um adulto emocionalmente seguro, pois terá sido criada dentro de um contexto no qual o afeto e o carinho darão o tom dominante. Se, ao contrário, o cenário for de ausência e, o que é pior, violência, será exatamente esse tipo de comportamento que a criança reproduzirá quando chegar à fase adulta.
Infelizmente, contudo, a importância desse período do desenvolvimento infantil tem sido cada vez mais ignorada e até mesmo marginalizada por pais e educadores. Não raro, encontram-se pais que terceirizam a educação dos filhos a babás ou, o que é ainda pior, a creches. Além de expor as crianças a pessoas que, por melhor que sejam, não possuem a mesma criação e noção de valores dos pais, o próprio processo de firmação da identidade paterna acaba por se perder quando os pais não assumem o papel de protagonistas na criação dos rebentos.
É óbvio que nem todos podem optar por uma criação mais dedicada aos filhos. Seja por questões financeiras (às vezes são necessários os salários de ambos os pais para completar o orçamento da casa), seja por questões profissionais (nem sempre o sujeito tem como tirar um tempo do trabalho para se dedicar à paternidade), o fato é que é cada vez menor o número de pais que tomam para si a sublime tarefa de cuidar de suas crias. Por isso mesmo, não há aqui a menor pretensão de fazer com que quem esteja nessa situação se sinta culpado por não conseguir fazer o que outras pessoas fazem.
Na verdade, a intenção deste texto é fazer com que aqueles que podem reflitam sobre a ordem de prioridades em sua vida. Às vezes, mais vale adiar aquela tão sonhada viagem para a Europa e passar mais tempo com seus filhos do que morrer de trabalhar para vê-los criados por outras pessoas. Se pelo menos uma pessoa já mudar de idéia quanto a isso, terei me pagado da tarefa a que me propus.
E acredite: seus filhos, penhoradamente, agradecerão.
Parabéns pelo texto.

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