sábado, 19 de maio de 2018

A culpa pelos que se perdem - devocional



João 6:67 - Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos?

A culpa pelos que se perdem.
Por Jeferson Rangel.

Não há situação mais complexa do que os relacionamentos humanos.
Jesus, o homem perfeito, o Deus encarnado cheio de graça e verdade, perfeito em todas as suas ações, pensamentos e obras, um coração manso e humilde, sabe bem a complexidade dos relacionamentos.
Isso porque Ele (Jesus), se comunicou com pessoas caídas, de corações duros, cheios de justiça própria. Ele bem sabe quem somos nós e como somos nós.
Milhares de pessoas tiveram o privilégio de andar, ver, tocar, ouvir o próprio Deus encarnado entre os homens, e ainda assim, não tiveram Nele a perfeição de ser humano, e isso prova o versículo acima.
Uma multidão o seguia, mais de repente, essa  multidão fica chateada com as palavras do Mestre, do Senhor da vida, e decidem abandoná-Lo. Leia bem: decidem. Alguns poucos ficam ainda com ele desconfiados e temerosos, que aquela palavra seria impossível as pessoas aceitarem, então, O Mestre, O Bom Pastor, faz a pergunta que ecoa o Reino de Deus para aqueles que ficam divididos entre si mesmo e as palavras de Jesus: Quereis vós também retirar-vos?
A resposta de Pedro foi decisiva para aquele pequeno grupo: Para quem nós iremos, se só tu tens as palavras de vida eterna?
Gostaria de refletir com você leitor sobre as escolhas de cada um de nós.
Não temos o poder de decidir por ninguém, podemos sim, mediante a disposição do coração das pessoas, opinar, instruir, deixar nossa participação, mais isso, não atesta que tais pessoas darão ouvidos, até mesmo porque podemos errar em nossas opiniões.
A grande questão que quero abordar é: Se as pessoas querem escolher seus próprios caminhos, e com isso, colher os frutos dessa escolha, nós não temos responsabilidade ou culpa se houver tragédia nesse caminho.
Vejamos a passagem em questão: A multidão decide dar às costas ao que Jesus ensinava, então, Jesus, continuou no mesmo lugar, com a mesma convicção e não foi atrás de ninguém.
Quantas pessoas hoje andam com Cristo um tempo, e decidem mudar a rota. Por ventura, as palavras de Cristo são ruins? Por ventura Cristo é mal? Por ventura Cristo erra? Por ventura Cristo decepciona alguém? Por ventura Cristo esquece dos seus? Definitivamente não.
Essa questão é muito debatida no seio evangélico. Quanto àqueles que decidem abandonar os caminhos da salvação para regressar ao caminho das trevas. Não estou aqui para discutir teologias de salvação, estou aqui para meditar sobre comportamento.
Muitas pessoas se sentem culpadas por pessoas que se perderam, por hoje estarem no fundo do poço, sem vida social, com lares destruídos. Minha pergunta é: Você foi culpado por eles decidirem abandonar o caminho da salvação?
Podemos lembrar do filho pródigo: Lucas 15:13 - E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.
Por ventura foi o pai quem mandou ele embora? Foi o irmão mais novo? Foram os empregados? Claro que não. Ele decidiu tomar o caminho da vida. Ele decidiu com planejamentos internos (em seu coração), o que queria fazer.
O pai não o impede, o pai não briga, o pai não discute, o pai nada faz. Você quer partir filho? Então toma o que é teu, mesmo antes do tempo e vai viver da sua maneira.
O coração do pai dói? Claro, lógico. Eu sou pai, e certamente uma decisão assim vinda dos meus filhos muito me machucaria. O coração do pai fica angustiado? Com toda certeza. O coração do pai chora todos os dias? Certamente. Mais o pai vai atrás? Não. O pai não vai atrás.
Precisamos aprender a deixar as pessoas colherem os frutos amargos de decisões erradas. Precisamos aprender a deixar as pessoas pagarem e sofrerem pelos seus erros, para que aprendam.
O pai deixou de amar o filho? Nunca. O amor do pai permaneceu o mesmo desde o dia em que aquele filho foi concebido no ventre de sua mãe, no entanto, a decisão do pai é firme: Se o lugar que ele está hoje, ou escolheu, é melhor do que a sua casa, não posso fazer nada, mais se ele decidir voltar, as portas estarão abertas para recebê-lo.
E foi o que aconteceu:
Lucas 15:17-18 - E, caindo em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti.
Querido leitor, não estou motivando a ninguém a abandonar pessoas. Estou querendo aqui, tirar o peso da culpa, que muita das vezes recai sobre nossos corações quanto ao estado de muitas pessoas que aconselhamos em nosso dia a dia.
Talvez você, que esteja lendo esse texto, tenha se afastado de Deus. Não estou de maneira nenhuma te abandonando, ou esquecendo de orar por sua vida, assim como o pai, meu sentimento por você continua o mesmo, mais infelizmente não posso me intrometer em sua vida, e muito menos decidir por você alguma coisa.
Assim, vou concluindo esse texto olhando ao meu redor centenas e milhares de pessoas se perdendo, morrendo, se distanciando de Deus, e não posso fazer nada por elas, senão continuar orando, e aguardando que Deus as alcance mediante o arrependimento de cada uma delas.
Em Cristo,
Jeferson Rangel




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