sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Adoração no padrão bíblico - estudo

A adoração pública não nos isenta da adoração secreta. Matthew Henry
O homem não é feito para questionar, mas para adorar. Edward Young

Adoração – Um ato de gratidão unido ao sentimento de amor à Deus.

Adoração: Culto, honra, reverência e homenagem prestados a poderes superiores, sejam seres humanos, anjos ou Deus.

É importante saber o que propriamente significa adoração para nós cristãos, visto que de uma maneira em geral, adorar para muitos consiste em cantar, dançar, erguer as mãos, chorar e no termo neo-pentecostal “ser extravagante”, que consiste em agir de maneira muita das vezes sem coerência e sem sentido algum, apenas para demonstrar uma “piedade” diante dos homens.
Se adoração consistisse apenas em se apresentar a Deus com danças e cantorias, teríamos que abrir mão de muitos princípios fundamentais da fé cristã. E diante de uma adoração que consiste muito mais em ordenanças humanas e manipulação de homens para homens, iremos hoje apresentar diante das Escrituras, o que consiste adorar a Deus.

A adoração apresentada nas Escrituras.

Na Bíblia há quatro etapas de desenvolvimento da adoração a Deus. a) Os patriarcas adoravam construindo altares e oferecendo sacrifícios (Gn 12.7-8; 13.4). b) Em seguida veio a adoração no Tabernáculo e no Templo, com um sistema completo de sacrifícios. c) A adoração nas sinagogas começou durante o cativeiro. d) Da adoração cristã fazem parte pregação (At 20.7), leitura das Escrituras (1Tm 4.13), oração (1Tm 2.8), louvor (Ef 5.19) e ofertas (1Co 16.1-2), além de batismos (At 2.37-41) e da ceia do Senhor (1Co 11.23-29).

Iremos nos apegar ao modelo de adoração apresentada por Cristo quando esse estava com a mulher samaritana:

João 4:23-24 - Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.

Antes de entrarmos nos versículos acima, convém antes olharmos para uma questão muito importante: O engano do coração e os erros que nos cercam.

Olharemos para os seguintes textos:

Jeremias 17:9 - Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?
Isaías 55:8-9 - Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.
I Timóteo 4:1-2 - MAS o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios. Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência.

Diante desses versículos não é seguro pautarmos uma verdade em algo enganoso. A adoração ao Senhor deve ser pautada em algo sólido, em uma base que não haja engano, e essa é a palavra de Deus.
Com isso, muitas pessoas se reúnem para “adorar” a Deus baseadas em princípios meramente humanos, onde o coração e o pensamento dos homens que predominam, formando assim uma adoração sem valores espirituais. Veremos os tipos de adoração falsa:

- Adoração com lábios, mas não de coração. Esse é um tipo natural de adoração. É aplicado aos milhares que lotam os templos quase que diariamente. Aqueles que confessam ser crentes, andam cantando pelas ruas, cantando pelos corredores do trabalho e por onde andam, mais com um agravante: Não praticam a palavra de Deus. São participantes do sistema caído, dos ensinamentos anti-bíblicos que novelas e mídia ensinam, vivem pela justiça própria e negam a justiça que vem de Deus. Confessam a Deus com os lábios, mas o desonram com as obras. Essa adoração pode ter uma aparência impecável, como se o povo estivesse chegando a Deus, assentando diante dele como o povo verdadeiro de Deus, ouvindo as palavras de Deus, mas por fim, o coração segue o pecado

A esses, as Escrituras já faziam menção:

Ezequiel 33:31 - E eles vêm a ti, como o povo costumava vir, e se assentam diante de ti, como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois lisonjeiam com a sua boca, mas o seu coração segue a sua avareza.
Mateus 15:7-9 - Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.
Ler também Isaias 1. 10-17. Ler também Amós 5. 21-23.
Uma adoração que não traga obediência em nossos corações não deve ser gloriada, mais sim aquela que exalta a soberania de Deus, e nossa constante obediência:
Jeremias 9:23-24 - Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas. Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me entender e me conhecer, que eu sou o SENHOR, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR.

- Adoração com a lei, mais não com o espírito.

Os Fariseus eram religiosos que faziam tudo pela lei com a esperança sincera de deixar a Deus o mais alegre possível. Socialmente eram bem aceitos. Religiosamente também. A cerimônia era exatamente conforme a lei que Deus estipulava mas, era uma adoração falsa. Deixaram o espírito da lei desfeito (Mat. 23:15,23). Por sinal, quando a Verdade passava por perto, os que adoravam por meio da letra da lei, zangavam-se. No fim da historia, crucificaram a Verdade, para que pudessem continuar em adoração pela lei (Mat. 26:57-68; 27:1). Não podemos classificar uma adoração verdadeira aquela que aborrece A Verdade.

- Existe adoração com sacrifício, mas não com obediência.
O Rei Saul foi instruído para que destruísse completamente os Amalequitas. Tudo, homem, mulher, crianças e animais deviam ser destruídos. Nada deveria ser perdoado. O Rei Saul foi a cidade e feriu-a mas tomou o Rei Agague, rei dos Amalequitas, vivo, como também o melhor das ovelhas e das vacas, e também as de segunda ordem. Quando Samuel encontrou-se com o Rei Saul na volta da campanha de guerra, Samuel perguntou-o se a palavra do Senhor foi obedecida. O Rei Saul disse que sim. Mas os balidos das ovelhas e o mugido das vacas veio aos ouvidos de Samuel. Saul explicou que estas foram poupados porque podiam ser oferecidas ao SENHOR, em Gilgal. Samuel explicou que essa é uma adoração falsa, pois o obedecer é melhor que o sacrificar, e o atender melhor que a gordura dos carneiros (I Sam 15:3,8-9,14,21-22). As ações do Rei Saul tinham o aval do público. Todos estavam contentes por terem o estômago cheio, e, também tinham agora as riquezas dos Amalequitas. Humilhar o rei pagão era gostoso, mas, apesar do grau de aceitação humana da ação, deve se levar em conta o fato de que só a obediência completa aos olhos de Deus, é adoração verdadeira.
 
- Existe adoração com intenção pura mas que não vale como adoração verdadeira.
 Saulo de Tarso tinha a melhor das intenções na destruição dos crentes, mas era uma adoração falsa (Atos 22:1-5; Fil. 3:4-6). Quando o Rei Davi quis trazer de volta a arca da promessa, ele tinha intenções puras. Ele e todo o povo de Deus estavam empenhados em fazer o que achavam correto segundo Deus. Tinham a intenção de levar a arca da terra dos inimigos sujos e pagãos à terra de Deus. Sendo assim não fizeram da maneira correta e Deus ministrou morte entre eles, por misturarem a sabedoria humana em meio a adoração e, pensarem que era agradável a Ele (II Sam 6:1-8). Deve ser a mesma coisa entre os religiosos em Mateus 7:15-23. Na adoração verdadeira, a intenção não é o que vale mais, mas, a obediência em amor.
Para se chegar ao padrão bíblico de verdadeira adoração convém lembrar as duas naturezas do homem:

O Espírito do Homem Natural

O homem natural (I Cor 2:14; 15:46), o primeiro Adão (I Cor 15:45); o que quer dizer: o pecador não salvo, não pode adorar o Senhor verdadeiramente. Ele está morto espiritualmente. Quando Deus falou a Adão e a Eva no Jardim do Éden, "certamente morreis" (Gên. 2:7), ao comerem do fruto proibido, morreriam espiritualmente (Gên. 3:6; Efés 2:1; I Cor 2:14). Agora o filho natural de Adão é filho da desobediência (Efés 2:2), é inimigo de Deus (Rom 8:7), separado de Deus (Isa 59:1,2) e com entendimento limitado (I Cor 2:14). Não há nada que venha naturalmente do pecador e que pode agradar a Deus (Jer 13:23; Rom 8:8; João 3:3-6; 15:5). O primeiro Adão é terreno, uma alma vivente e só (I Cor 15:45-47). Ele vive segundo a sua natureza pecaminosa, o que a Bíblia determina como "o homem velho" que se corrompe pelas concupiscências (Efés 4:22; I João 2:16; Rom 6:6). Isso quer dizer que aquilo que o homem natural faz segundo o seu coração enganoso (Jer 17:9) é gerada pelas suas concupiscências, e por essas, é corrompido. Mesmo na esfera da religião pois não habita bem algum na carne (Rom 7:18). O homem natural, não salvo, pode vestir-se com a religião e moralizar as suas ações, mas, mesmo assim, por não ser espiritual, não agrada a Deus de nenhuma maneira (Mat. 7:21-23; Luc 6:46; 11:39-44; João 4:22; Atos 17:22-24; Rom 8:8, "não podem agradar a Deus").

O Espírito do Homem Novo

O homem espiritual (I Cor 2:15; 15:46) é feito espiritual pelo último Adão, Cristo (I Cor 15:45). O último Adão, é do céu e é espirito vivificante (I Cor 14:45-47). Este novo homem feito espiritual é o pecador salvo. Este pode adorar o Senhor verdadeiramente. Este homem novo é adotado pela família de Deus, torna-se filho de Deus (Gal 4:5; I João 3:1,2), amigo (João 15:15) e deixa de estar separado de Deus (Efés 2:14). Este novo homem passa a ter entendimento espiritual (I Cor 2:15). É espiritualmente vivo (João 3:16; 10:28; Efés 2:1) e não peca (I João 5:18). Todas essas bênçãos espirituais nos lugares celestiais se dão por Jesus Cristo (Efés 1:3; João 3:16). O Espírito de Deus reside no corpo do novo homen (I Cor 6:19; II Cor 6:16) e faz com que o novo homen seja agradável perante Deus por Jesus Cristo (Efés 1:6). O cristão, vivificado espiritualmente, é chamado por novo homem (Efés 4:24) ou homem interior (Rom 7:22). Esse novo homem é criado por Deus em verdadeira justiça e santidade (Efés 4:24; Col 3:10). O novo homem, o cristão, o homem interior, tem prazer na lei de Deus (Rom 8:22) e anseia ser obediente pois é feito conforme a imagem de Cristo que foi obediente em tudo (Rom 8:29; João 17:4; Fil. 2:8). Este novo homem é evidenciado pelos desejos e ações da santidade. O fruto da santidade será visto no crente pelo Espírito Santo, através de Jesus Cristo e é proveniente da nova natureza dada por Deus (Gal 5:22; Efés 4:24). O fruto da santidade não se une ao que é imundo (Sal 97:10; 119:104; Prov 8:13) por obediência a Palavra de Deus (Efés 2:8-10). Existe a adoração verdadeira pela vida separada do mundo e em obediência à Palavra de Deus.

Entendendo essa doutrina, podemos então conhecer melhor as palavras de Cristo, em espírito e em verdade: Para podermos adorar a Deus verdadeiramente temos que estar "em espírito", movidos e feito por aquela nova natureza nascida de Deus no crente. Isto seria visto naquele que é separado do mundo e obediente à Palavra de Deus. A adoração movida pelas emoções da carne e pelas maneiras e métodos de culto inventados pelo homem, mesmo que sejam dirigidas a Deus, são vãs e não aceitas por Deus, pois não são dEle. O que Deus aceita é feito por Ele e evidenciado pela santidade, silêncio, temor e por uma crescente obediência (Sal 97:10; Hab. 2:20; Mat. 7:21; Rom 8:27; Fil. 1:6; 2:13).



A Necessidade da Verdade

O homem sempre precisa ter um equilíbrio. Por ele ter as duas naturezas, é preciso ser sempre lembrada a influência que a natureza pecaminosa pode exercer no crente. Por isso há tantos versículos na Bíblia sobre a necessidade do Cristão ser vigilante e sóbrio (I Tess 5:6; I Ped 5:8) despertado do sono (Rom 13:11-14) e ser espiritual (Mat. 26:41; Gal 5:16,17,24-26; Efés 5:14-21). Também, por ter um inimigo astuto, cheio de ardís (Gên. 3:1; II Cor 2:10,11; Apoc 12:9) incansável (I Ped 5:8) que arma lutas espirituais contra nós (Efés 6:11) precisamos de um alicerce forte no qual podemos nos estabelecer. A Palavra de Deus é o equilíbrio que o Cristão precisa. Ela é a verdade (João 17:17), mui firme (II Ped 1:19) viva e eficaz (Heb 4:12) em meio a mentira e o engano sagaz que opera ao nosso redor (Heb 12:1). Ela nos aperfeiçoa para a defesa (Efés 6:13-17) e resistência (I Ped 5:9) contra as astutas ciladas do diabo e o engano do nosso próprio coração (Sal 119:130; I Tim 3:16,17). São provados os espíritos pela verdade (I João 4:3; I Tim 4:1) e não por nossos pensamentos manipuláveis ou emoções enganadoras. De fato, a Bíblia é a única regra de fé e ordem para o crente e isso também vale para a adoração. Tendo a adoração verdadeira - em espírito e em verdade - o Cristão pode adorar durante um dilúvio, peregrinação no deserto, na fornalha, na cova dos leões, em prisões ou exilado em uma ilha. Não é necessário microfones, música talentosa, cerimônia, sorridentes, ambiente agradável, uniformes ou prédios lindos. É necessário estarmos em Cristo e Ele em nós é isso se evidencia em uma vida obediente.

A Maior Verdade - Cristo

Cristo é a Verdade (João 14:6). O que Deus produz pelo Seu Espírito traz à lembrança o que Cristo ensinou (João 14:26) e testifica de Cristo (João 15:26). A adoração verdadeira nunca pode agir contrariamente aos ensinamentos de Cristo ou exemplificar outra vida se não a de Cristo. Se Cristo é a verdade, tudo que agrada a Deus deve estar em conformidade a Ele pois o Pai se compraz no Filho (Mat. 3:17 ; 17:5).

A Espiritualidade deve ter Obediência

Excluir a obediência da Palavra de Deus (Cristo) seria uma abominação para Deus Quem queremos adorar (Luc 6:46). Substituir as Escrituras Sagradas por algo diferente também é uma abominação (Mar 7:7; Tito 1:14). Há uma multiplicidade de atrativos para afastar o Cristão de uma adoração verdadeira. Há fabulas ou genealogias intermináveis (I Tim 1:4; 4:7) ofertas vás, incenso, observação de luas novas e sábados (Isa 1:13,14). Mas tudo isso tende a adicionar algo à Palavra de Deus em vez de seguir a sua pureza (Prov 30:5). Não devemos melhorar a verdade (Deut 12:32; Apoc 22:18,19), devemos só observá-la. Uma sensível atenção, um estudo constante, uma meditação contínua em conjunto com uma obediência temente à verdade, a Palavra de Deus, é essencial para uma adoração verdadeira. Não podemos separar a adoração espiritual da adoração prática (obediência). O próprio Espírito Santo é chamado Espírito da verdade (João 14:17; 15:26; 16:13) que nos aponta a Cristo que era perfeitamente espiritual e mostrou a Sua espiritualidade pela Sua obediência (Fil. 2:8; João 14:11). É certo que podemos ser menos espirituais que Cristo mas de nenhum jeito podemos ser tão espirituais para que a obediência à verdade torne-se desnecessária.

A Obediência deve ser Espiritual

Pode haver obediência sem espiritualidade. Aqueles que crucificaram a Cristo cumpriram a Palavra de Deus completamente mas, mesmo sendo obedientes, não operaram com o desejo de adorar ao Senhor (Atos 2:21,22; 4:27,28). Os demônios crêem na verdade mas tampouco adoram ao Senhor segundo a operação do Espírito Santo (Tiago 2:19). Os Fariseus obedeceram a lei a risca mas não entraram no reino de Deus (Mat. 5:20). Pelo estudo feito podemos entender bem melhor que o que Deus deseja, adoração em espirito e em verdade, é algo que não pode ser produzido pelo homem, mas por Deus. É produzida pelo Espírito de Deus na vida do Cristão que vive segundo à Sua Palavra em amor.

Conclusão:

Nem toda música que diz ser evangélica pode ser considerada uma música de adoração. Se sua letra for contra a verdade bíblica, então, nossa adoração tem sido falsa. É importante observarmos as letras de nossos hinos para não acreditar em qualquer um que chega “adorando a Deus”.

O adoremos em espírito (nova vida) e em verdade (na obediência à Cristo).

Preparado e editado por:

Pr Jeferson Rangel.

Blog: prjefersonrangel.blogspot.com

Bibliografia:

Pastor Calvin G. Gardner - Adoração verdadeira.

Dicionário Biblia Hábil.

Biblia Sagrada.

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